Evento New meat Brazil 2022

Pesquisa em Proteínas alternativas

Atualmente estamos passando por uma nova revolução na área de proteínas alternativas. E p que seria isso? Consiste na produção de carnes através do cultivo celular com o auxílio da tecnologia e de equipes de pesquisadores renomados na área. O campo da carne cultivada, de proteínas Plant-based e Proteínas obtidas por meio da fermentação tem ganhado cada vez mais visualização no mercado de pesquisa e investimento, dada a importância e ganho ambiental que produtos com essas tecnologias tem a oferecer ao mundo. A técnica para o desenvolvimento da carne cultivada acontece em quatro etapas, são elas:

  • Coleta de células

É feita a coleta de células de tecido animal, normalmente são células tronco

  • Meio de Cultivo

As células são isoladas e cultivadas em meio de cultura apropriado. A composição do meio também pode impactar as características finais da carne, como a degeneração de células musculares ou tornar a carne mais opaca.

  • Proliferação em biorreatores

Elas se multiplicam em sistemas in vitro e posteriormente se diferenciam em células maduras que constituem a carne. Os biorreatores permitem com que o processo seja automatizado, planejado e adequado para cada tipo celular, reduzindo a manipulação humana e os riscos de contaminação.

  • Estruturação

São usados biomateriais sintéticos ou naturais de tecidos como suporte para estruturação. Exemplos incluem colágeno, celulose, folha de espinafre descelularizada e soja texturizada. Finalizando assim, a obtenção da carne cultivada.

Cristina Ambiel – Gerente de Ciências e Tecnologia do GFI, palestrou sobre a pesquisa em proteínas alternativas, e apresentou o investimento que o GFI (O the Good Food institute é uma organização sem fins lucrativos, mantida com recursos filantrópicos, que trabalha internacionalmente para acelerar a inovação do setor de proteínas alternativas), vem realizando em países como o Brasil, a fim de obter produtos derivados de proteínas alternativas.

Seguem os highlights:

  • Manter Hábitos e tradições alimentares

A criação de uma nova cadeia de produtos, possibilita que o consumidor amplie as suas opções de escolha, podendo também manter seus hábitos e tradições, pois o alimento não se restringe somente a nutrição do indivíduo, ele envolve afeto, lembranças, crenças e culturas. Com isso, características organolépticas, como sabor e textura devem ser mantidas quando procuramos por alternativas de produto que preservem o tradicional e retomam ao consumidor um sentimento de familiaridade. Esses atributos sensórias geram no cérebro uma imagem e automaticamente é criada uma expectativa de um produto similar já consumido anteriormente e que suas características foram salvas em forma de memória.

  • Reduzir seu impacto Ambiental

A busca por produtos sustentáveis e que atendam os requisitos ambientais estão em crescimento no mercado, devido a urgência de resolução dessas questões, juntamente com uma mudança na postura do consumidor, que busca a origem do que está consumindo no seu dia a dia e se o produto ou empresa possui essa preocupação. Estudos apontam que o setor da agropecuária representa 30% da ocupação da superfície terrestre e 70% das terras agrícolas (Bhat, Morton, Mason, Bekhit, & Bhat, 2019), além da demanda de carne que aumentará juntamente com o crescimento populacional ao longo dos anos.

O GFI possui em seu site o compartilhamento dos dados de pesquisas a respeito de proteínas alternativas, com o nome: “SÉRIE TECNOLÓGICA DAS PROTEÍNAS ALTERNATIVAS” que está disponível ao público geral como um informativo mais completo a respeito dos estudos que estão sendo financiados. Além de possibilitar o cadastro de pesquisadores que tem o interesse em participar das pesquisas e que podem vir a serem selecionados pelo programa. O Brasil é o segundo maior, logo após os Estados Unidos em pesquisas na área de proteínas alternativas pelo GFI, com pesquisadores de diversas universidades espalhadas pelo Brasil que estão trabalhando para oferecer ao mundo opções mais sustentáveis de proteínas alternativas.

Desse modo, as proteínas alternativas irão ampliar a gama de escolhas auxiliando na distribuição de impactos ambientais e no atendimento a alta demanda por proteínas de origem animal, além de oferecer produtos seguros e saudáveis sem exploração animal.

Autor: Thayna Bueno, Trainee do IFDrs

Referências:

Disponível em: < Plant-Based Br (plantbasedbr.com)>

Disponível em: < Home – GFI>

Disponível em: < Carne Cultivada – Portal Embrapa>

Disponível em: < Serie-Tecnologica-Carne-Cultivada-GFI-Brasil.pdf>

0 Comentários

Deixe um comentário

XHTML: Você pode usar estas tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Português PT English EN Español ES