Discurso de abertura e de boas vindas – parte 2

Neste post, relato as duas palestras que antecederam o encerramento da sessão de abertura e de boas vindas, que ocorreram ainda no primeiro dia da Conferência.

Dra. Angelika Tritscher, Diretora do Departamento de Segurança de Alimentos e de Zoonoses da OMS – Organização Mundial de Saúde, Suíça, discorreu sobre o “fardo” representado pelas doenças transmitidas por alimentos: anualmente, cerca de um terço da população mundial, ou seja, 2 bilhões de pessoas (repito, e adiciono uma exclamação: 2 bilhões!) ficam doentes devido a alimentos contaminados. Dra. Angelika alertou que este número é apenas uma estimativa, “na melhor das hipóteses”, e discutiu que a principal razão da falta de precisão deste dado é, em maior ou menor extensão, devida à má notificação e subnotificação deste tipo de doença. “O que em geral se observa é que a informação é escassa e o que é relatado é apenas a ponta de um iceberg”, afirma ela. A demografia mundial, as comunicações, as mudanças climáticas, as perdas econômicas, aspectos de “food defense” e busca de nutrição saudável são todos fatores que têm um elevado impacto nas doenças de origem alimentar.


Dra. Angelika delineou algumas iniciativas necessárias para reforçar a segurança de alimentos de maneira global: reforço dos sistemas de proteção de alimentos, abordagem harmonizada “entre–empresas” e intersetorial, compromisso internacional para notificação de casos, compromisso global para reduzir doença de origem alimentar e “agir globalmente para proteger localmente”. 


Dra Angelika Tritscher, OMS, Suíça.

Dr. Robert Thompson, Professor da Faculdade de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, relatou alguns dados históricos sobre a produção de alimentos, desde a teoria de Malthus, que previa no século 18 que a produção mundial de alimentos não seria capaz de acompanhar o crescimento da população, até os dias atuais, quando o volume de alimentos produzidos teoricamente seria capaz de alimentar toda a população existente, não fossem as perdas e desigualdade no consumo.

O grande salto na produção de alimentos deveu-se principalmente à elevação da produtividade impulsionada pelos avanços na tecnologia agrícola, mas há um enorme descompasso entre onde as pessoas vivem e onde os alimentos são produzidos. Segundo Dr. Robert, “a questão é se/ou por quanto tempo esta previsão vai continuar a estar errada”. Enquanto muitos creditam o aumento da demanda de alimentos ao crescimento da população mundial, economistas estimam que 30 a40 por cento do aumento desta demanda até 2050 será devido ao amplo crescimento econômico nos países em desenvolvimento. O mais importante “desconhecido“, segundo o Dr. Thompson é o número de consumidores de baixa renda que sairá da pobreza nas próximas décadas, o que potencialmente exercerá uma pressão enorme na demanda global por alimentos, podendo desencadear um período de incerteza. Para dobrar a disponibilidade de alimentos, a duplicação sustentável da produtividade agrícola é a única solução, dobrando a produtividade em solos férteis não erodíveis“, disse ele. 

Dr. Thompson alertou para um fato que é por vezes negligenciado: “20 a 40 por cento dos alimentos cultivados nos países em desenvolvimento são desperdiçados devido à tecnologia de armazenamento inadequado, à falta de transporte rural, resultando na redução de perdas pós-colheita, componente chave de qualquer estratégia de segurança alimentar”.

Finalizando este post, posso resumir a mensagem do Dr. Thompson como “a importância vital que o mundo deve dar a um maior investimento em pesquisa agrícola e à infra-estrutura rural”.

Robert Thompson, Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos

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Comentários


Venho esclarecer uma dúvida, pois alguns leitores perguntaram sobre como fazer para comentar. Se quiser comentar, uma vez aberto o blog, clique no título do post em que você deseja fazer o comentário.


Feito isso, o post será aberto sozinho na página e, ao final dele, haverá uma caixa em que o comentário poderá ser feito.

Seus comentários serão bem-vindos e desde já os agradeço. Como estou com tempo escasso, preciso de antemão observar que eu nem sempre poderei responder e/ ou agradecer em seguida.








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Dia Internacional das Mulheres

Nem tinha percebido o tempo passar tão rápido. Já é dia 8 de março, e só me dei conta porque uma amiga acaba de me cumprimentar pelo Dia Internacional da Mulher!

Acho essa celebração curiosa, pois fico a me perguntar: se hoje é o Dia Internacional da Mulher, será que todos os outros dias do ano são Dias Internacionais dos Homens?! Brincadeiras à parte, claro que isso deve ter origem dos tempos em que a mulher tinha que lutar pelos seus direitos, coisa que hoje nos parece cada vez mais do passado. Por curiosidade pesquisei a origem (veja na Wikipédia clicando aqui).

Mas será que este passado é tão longínquo? Penso que não, pois, embora me sinta jovem apesar de meus cabelos já estarem mais brancos (ou melhor, mais loiros, porque para esconder os branquinhos eu faço reflexo), decidi contar um pequeno pedacinho da minha história: vocês sabiam que eu fui a primeira mulher a trabalhar na sede da Nestlé em uma área corporativa relacionada à fabricação? Pois é fato! Quem trabalhou comigo lá é testemunha! E fico feliz por ter “aberto” o caminho para que isso fosse coisa do passado! Vale dizer que a empresa não discriminava não, mas na prática alguns homens “preferiam” homens para trabalhar nesta área.

Bem, histórias à parte, para finalizar, envio uma rosa simbolizando meus cumprimentos para todas as mulheres que o blog possa alcançar. Nada mais óbvio em termos de símbolo para esta data, mas, acreditem, é com muito carinho! Parabéns a todas vocês!


P.S.: Como não gosto de discriminação, os votos valem também para os homens, ainda “donos” dos demais dias do ano!



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Discurso de abertura e de boas vindas – Parte 1

Segurança dos alimentos em uma Economia Global

Mike Robach, Vice Presidente para Segurança de Alimentos e Assuntos Regulatórios da Cargill, Estados Unidos, deu as boas vindas aos participantes, relembrando o tema de 2012: ”Segurança de alimentos é responsabilidade compartilhada”. Mike enumerou os desafios para a segurança dos alimentos em uma economia global em tempos de incertezas econômicas: o perigo de protecionismo; os conflitos globais; o crescimento da população; o aumento da demanda de grãos, parte em função no seu uso para biocombustíveis, dentre outros. Mike continuou: “A estrutura e mecanismo para uma parceria global eficaz já existem. Os fatores chave são: Pessoas, Ciência, Sistemas, Interfaces e Relacionamento”. Mike afirmou que os recursos devem ser aplicados de forma eficaz, baseados em ciência e risco, acrescentando que o aumento da confiança na segurança de alimentos reforça o comércio global e o livre comércio facilita o acesso aos alimentos. 

Fiquei otimista em perceber que tenho a mesma opinião: os desafios de um sistema global de alimentação em tempos de incertezas econômicas são gerenciáveis, desde que se busque soluções baseadas na ciência, tendo academia,  indústria, produtores e governos trabalhando juntos em uma parceria global.

Mike Robach, Cargill, Estados Unidos



Yves Rey, Diretor Geral Corporativo da Qualidade da Danone, França, iniciou seu discurso afirmando que “alimento seguro é um requisito fundamental para a sustentabilidade do negócio e de sua rentabilidade“. Com grande entusiasmo, Yves ressaltou o papel central que o GFSI tem assumido no século 21: “O GFSI reúne alguns dos melhores especialistas do mundo, constituindo-se em um fórum aberto e valioso, capaz de reunir de uma forma global os vários stakeholders.Esta plataforma valiosa tem a missão de melhorar a segurança de alimentos, e de conduzir esta segurança com foco na melhoria contínua. O futuro reserva muitos desafios e muitas possibilidades”. Yves enfatizou que estes desafios precisam ser abordados de forma colaborativa,  acrescentando: “Ao trabalharmos juntos, o céu é o limite“.

Yves Rey, Danone, França


Michael Taylor, Representante para Alimentos e Medicina Veterinária do FDA, Estados Unidos, lembrou a importância dos alimentos importados para a população dos Estados Unidos. Ele falou da nova abordagem para segurança de alimentos trazida pelo FSMA – Food Safety Modernization Act, apontando aos participantes que este regulamento fez com que a política pública começasse a mudar do modelo inspeção para incorporar a prevenção.

Ele acenou que parcerias público-privadas podem ser feitas, porém sem mencionar algum fato novo no horizonte. No ano passado, relembro aos leitores que acompanharam o blog, que ele havia acenado com a possibilidade de reconhecimento das auditorias com base em normas reconhecidas pelo GFSI, mas me pareceu que o assunto está sem definição.

Michael Taylor, FDA, Estados Unidos


Continua no próximo post.






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Stakeholder Meeting

O board do GFSI relatou o progresso dos trabalhos desde a reunião do ano passado, com especial destaque para a crescente aceitação da ideia que norteia o GFSI: “Reconhecido por um, aceito por todos” não só por um número cada vez maior de empresas, mas também por parte de entidades regulatórias.
Uma das conquistas foi a revisão do reconhecimento dos vários esquemas relacionados ao escopo da cadeia de alimentos de acordo com a versão 6 Documento de Diretrizes do GFSI versão 6:

– IFS – International Featured Standard
– BRC – British Retail  Consortium
– SQF – Safety Quality Food insittute
– CanadaGAP Canada Good Agriculture Practices
– GRMS Global red Meat standard
– FSSC 22000 – Food Safety System Certification


A seguir cada Technical Working Group, ou seja, Grupo Técnico de Trabalho relatou o andamento de seus trabalhos. Atualmente estão em operação  os seguintes grupo de trabalho: Documento das Diretrizes do GFSI, Competência de Auditores, Mercado Globais para Produção Primária e para Fabricação, Assuntos Regulatórios, Comunicação, Grupo de Estocagem e Distribuição e Brokers& Agentes Técnicos para Alimentos .


Você pode acessar os objetivos e resultados de cada grupo clicando aqui.
Após a apresentação do board e dos Grupos Técnico de Trabalho, Frank Yiannas, Vice Presidente de Segurança de Alimentos do Wal-Mart e Presidente do Comitê de Programa para a Conferência do GFSI e Catherine François, Diretora de Gestão Global de Riscos do Grupo Sealed Air, França, convidaram os participantes, reunidos em grupos, a colaborarem com um ambicioso trabalho: avaliar a eficácia do trabalho do GFSI. Este trabalho será patrocinado pela Diversey e o resultado será apresentado na próxima Conferência de 2014.

Nota: a Sealed Air é a empresa à qual pertence a Diversey.


Catherine François e Frank Yiannas

Meu grupo ficou encarregado de sugerir indicadores para esta avaliação. Entre os indicadores sugeridos por nós, destaco os que nos pareceram mais importantes, dentre outros: surtos de DVAs – doenças veiculadas por alimentos, número de recalls, número de casos de grandes surtos de toxinfecções veiculados massivamente pela imprensa e número de reclamações sobre inocuidade de alimentos recebidos pelas empresas. Vale observar que o grupo concluiu também que primeiramente há que se delimitar um país ou região onde  o  GFSI já esteja atuando há algum tempo, e que a captura dos indicadores seja viável para que bias sejam evitadas, por exemplo no caso de captura de dados de DVAs – doenças veiculadas por alimentos, se não houver estrutura adequada para captação deste dados, o resultado será falseado.

Foto do meu grupo – Eu não apareci, pois estava tirando a foto.





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Antes do início da Conferência

Reinaldo Balbino Figueiredo participa do TWG Guidance Document Revision


No dia anterior à Conferência, encontrei o Reinaldo Balbino Figueiredo, um “colega brasileiro-americano”, o “Balbino”, que é como o conheço desde a época em que trabalhamos no INMETRO. O Balbino, ou melhor, Reinaldo, é um profissional que muito respeito, está nos Estados Unidos há anos e é Diretor Sênior para Programas de Acreditação de Produto e Processo da ANSI – American National Standards Institute (entidade americana equivalente ao INMETRO. Consegui a foto abaixo na internet – pena, porque a que eu havia tirado mostrava também o banner da ANSI.


Reinaldo Balbino Figueiredo, Diretor da ANSI, USA


Reinaldo nos contou que está participando do GFSI Technical Working Groups, que revisa as Diretrizes do GFSI, e que o grupo esteve reunido nos dias 4 e 5 aqui em Barcelona. Ele também nos disse que o grupo traçou um plano de trabalho para a próxima revisão de número 7, a ser publicada em 2015.
A maior mudança é que os proprietários dos esquemas vão ter de se adequar ao ISO/IEC 17065 – Conformity assessment – Requirements for bodies certifying products, processes and services, publicado em setembro de 2012, que corresponde ao antigo ISO Guide 65. Uma das mudanças é o maior rigor quanto à independência: organismo certificador que faz auditoria não pode fazer consultoria. Somente empresas totalmente separadas podem fazê-lo, e, ainda assim, sujeitas a uma avaliação de risco se pertencerem ao mesmo grupo.

Reinaldo também nos contou ter conhecimento sobre uma boa novidade proveniente do GFSI Technical Working Groups for Auditor Competence: num futuro próximo, haverá uma certificação única de auditores, válida para todos os esquemas, evitando, assim, o ônus que recai sobre os auditores e/ou empresas de certificação que têm hoje. Claro que deverá haver qualificação sobre requisitos específicos de cada norma, mas a certificação como auditor será única.

Alessandra O. Chiareli participa do TWG Global Markets 


Também no dia anterior à Conferência, conheci uma brasileira-americana adorável, que já está há 28 anos nos Estados Unidos. Ela trabalha para a 3M e é Diretora de Contas Globais Estratégicas e Treinamento. (Alessandra, acabei pegando sua foto na internet, pois as que fiz foram apagadas por uma “bruxinha cibernética…).

Alessandra O. Chiareli, Diretora de Contas Globais Estratégicas e Treinamento

A Alessandra está fazendo parte do GFSI Technical Working Group Global Markets, criado em 2008, que tem como objetivo proporcionar o acesso ao conhecimento de segurança de alimentos aos proprietários de fazendas de pequeno e médio porte, ou empresas de países em desenvolvimento, para que possam evoluir de forma a, um dia, poderem se certificar em normas do GFSI.

Este grupo já desenvolveu um conjunto de ferramentas passo-a-passo completo para orientar as empresas de pequeno porte e/ou menos desenvolvidas, denominado Global Markets Capacity Building Programme, disponível para download.

Clicando aqui você encontra o link para o material para produção primária, e, clicando aqui, você encontra o link para o material para indústria.

Por fim, Alessandra nos contou que o grupo está agora elaborando uma lista de diretrizes para indicar como o material pode ser usado, e de como confirmar que o resultado foi atingido.




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Programa do evento


Para ver o programa do evento você  pode acessar o programa no site da Global Food Safety Conference


Making of

Na terça feira antes do início do evento eu havia tirado umas fotos do “making-of” para mostrar para vocês, mas as “bruxinhas cibernéticas” estavam de plantão, e quando fui transferir as fotos para o computador, puff! As fotos tinham desaparecido como por encanto! Frustrante! E juro que estavam lá – aliás tenho testemunhas: dois colegas brasileiros-americanos” que residem atualmente nos Estados Unidos, que eu havia entrevistado e fotografado. Eles viram as fotos que mostrei na câmera logo após tê-las tirado. E o mais estranho é que ontem, quarta feira eu os fotografei de novo e Puff! Sumiram de novo! Não entendi nada, pois as demais fotos estavam lá e foram transferidas normalmente para meu computador. Ah, mostrarei entrevista deles em outro post, após o relato do Stakeholder Meeting do primeiro dia, que foi quarta feira dia 6 de março. As palestras a que assisti, bem como aquelas à que assistirei nesta quinta e sextas feiras, dias 7 e 8 de março, serão relatadas somente a partir da sexta feira, visto que a quinta feira será um dia totalmente tomado pelas palestras e à noite haverá um jantar de confraternização.




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Conferência Global de Segurança de Alimentos – Segurança de alimentos numa economia global


Prezados leitores,

Após ter “varado” algumas noites para adiantar os trabalhos da Food Design e deixar tudo em ordem, cá estou em Barcelona, para acompanhar pelo quinto ano consecutivo a Conferência do GFSI, mais uma vez como Midia Partner para postar notícias para quem não pôde vir acompanhar “ao vivo”.

A Conferência começou nesta quarta-feira, 06 de março, e vai até sexta- feira, dia 08. Relatarei o máximo que puder durante estes três dias, mas, como o nível de atividade é muito intenso, muitas das notícias, entrevistas e resumos das palestras serão postados a posteriori.
 
Histórico

Tenho acompanhado este evento em nome da Food Design desde 2009, pois imaginava ser este o mais importante evento na área de segurança de alimentos, o que vem se confirmando ano a ano. Só para vocês terem uma ideia, neste ano o quórum atingiu cerca de 800 pessoas, de pelo menos 55 diferentes países.

Fico feliz em relembrar que fomos nós da Food Design que, em 2010, tivemos a iniciativa de convidar o board do GFSI para ir pela primeira vez ao Brasil, para o Seminário de HACCP, que na ocasião teve o ITAL como nosso parceiro. Esta iniciativa chamou a atenção do board para o Brasil, que, em 2011, decidiu voltar para promover o GFSI Focus Day, cuja divulgação teve nosso total apoio.

Local



O local do evento, Palau de Congressos de Catalunya, tem uma boa estrutura para eventos, mas uma arquitetura meio pesada, tipo “caixotão”, sem nada do charme da estrutura do hotel onde foi promovido o evento de 2011, em Londres, local de eventos mais bonito em que já estive. O Palau (palácio, em catalão) é associado ao hotel Rey Juan Carlos I, este, sim, com uma arquitetura lindíssima e excelente nível de conforto.


Lobby do hotel Rey Juan Carlos I


O tema deste ano é ” Segurança de alimentos numa economia global” e vai mostrar como a economia interfere, e reforça a necessidade de soluções cada vez mais globais para que alimentos mais seguros possam ser entregues aos consumidores de  todo  o mundo. A ideia é aprender com os líderes da indústria sobre os desafios atuais e discutir como superar os desafios para a economia de hoje.




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Global Food Safety Conference 2013 – Barcelona


A Global Food Safety Conference 2013 já está para começar! Entre 6 e 8 de março, a Food Design estará presente no evento, fazendo a cobertura do que acontece no mais importante evento da área de gestão da segurança de alimentos. Serão três dias de conferência, e contará com a participação de mais de 700 especialistas de segurança de alimentos.

O tema deste ano será Food Safety in a Global Economy, que trará à tona uma grande quantidade de tópicos abordados e apresentados por 90 palestrantes de renome internacional. Este tema foi escolhido pelo board do GFSI devida à importância da atual situação econômica mundial.

Aguarde mais novidades! As notícias da Conferência serão postadas aqui a partir de 6 de março, porém, se tivermos acesso a informações prévias, traremos a vocês em primeira mão.

Ellen Lopes


* O conteúdo referente à Conferência realizada em fevereiro de 2012, em Orlando, EUA, ficará disponível abaixo para consulta.






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Global Food Safety Conference 2012 – Orlando

Abaixo, está disponível para consulta o conteúdo referente à Conferência realizada em fevereiro de 2012, em Orlando, EUA.

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Conferência, dia 2: fraude em alimentos, o que você precisa saber

John Spink, diretor adjunto do programa de ações anti-fraude da Faculdade de Justiça Criminal da Universidade de Michigan, define a fraude de alimentos como “uma adulteração intencional pelo uso de ingredientes mais baratos, visando ganho econômico”.

John Spink, da Universidade de Michigan

Historicamente, as questões relacionadas às fraudes alimentares não têm recebido a mesma atenção que a segurança de alimentos e o food defense, mas John acredita que a conscientização sobre o tema vem  crescendo. Segundo ele, o aumento no número de fraudes é motivo de grande preocupação para o FDA. Em resposta, o órgão vem estimulando as empresas a reforçarem seus sistemas de prevenção e vigilância com base na avaliação de riscos. Paralelamente, o FDA vem melhorando seu sistema de resposta imediata e  aumentando sua velocidade de reação ao público, à indústria e a outros atores da cadeia.

Conversando com o palestrante, soube que nos Estados Unidos há vários cursos de graduação e de especialização em prevenção de fraudes. Tendo em conta os desafios representados pelo cenário econômico em todo o mundo e o fato de que a oferta de alimentos vem se tornando mais global, John alerta para o risco de uma pressão crescente para que fornecedores inescrupulosos cometam fraudes relacionadas a alimentos. Também assinalou que fraudadores têm buscado cursos técnicos especializados em ações anti-fraude no intuito de encontrarem brechas no sistema. Lembrando do caso da melamina no leite, fraude ocorrida na China em 2008, e nas criancinhas que morreram em consequência desse trágico episódio, as ameaças são realmente assustadoras.

Na China,  pelo menos seis bebês morreram e cerca de 300 mil pessoas ficaram doentes devido à fraude do leite com melamina



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Conferência, dia 2: varejo e segurança de alimentos

Demorei, mas finalmente consegui um tempo para resumir duas outras palestras que assisti no segundo dia da Conferência.

Amanhã, teremos também o resumo de uma palestra sobre fraudes, da qual não consegui participar mas cujos slides me foram gentilmente cedidos por um dos palestrantes.


  • a multiplicidade de normas/esquemas
  • a não suficiência de esquemas suficientemente adequados
  • questões relacionadas à competência dos auditores
  • normas que por vezes exigem padrões por demais elevados/ sofisticados
  • a falta de follow up
  • a falta de massa crítica em alguns países


A rede Metro como catalisadora de mudança para a Segurança de Alimentos

Peter Overbosch, Vice-Presidente da Qualidade Corporativa do Metro Group da Alemanha, expôs a visão de sua empresa sobre o tema. Inicialmente, falou sobre a complexidade do atual sistema de absatecimento, que faz com que os consumidores se tornem cada vez mais distantes dos agentes da produção. Nos grandes centros urbanos, o varejo se firma cada vez mais como o principal ponto onde os consumidores obtém seus alimentos, levando o setor varejista a desempenhar um papel cada vez mais importante na evolução da segurança de alimentos.


Peter fez um apanhado histórico da garantia da qualidade: no passado, o fabricante é quem definia como deveria ser o produto, ao passo que atualmente estamos na era do controle dos processos ao longo da cadeia de suprimentos, Mas algumas empresas já estão uma etapa à frente, o que implica em uma abordagem de produtos e processos orientados para o que o consumidor deseja, sem desvios nem perdas. Para tanto, é preciso evoluir para além da garantia e da prevenção, priorizando a  redução de perdas e a melhoria contínua de processos com foco no meio ambiente.

Achei muito pertinente a crítica que Peter fez à confusão cada vez mais frequente entre o que de fato representa um perigo para a segurança de alimentos, com base em  evidências científicas, e o que é apenas percebido como perigo.

Particularmente, tenho chamado bastante a atenção para esse ponto, sendo que na Food Design passamos a diferenciar entre segurança intrínseca, quando de fato há perigo à saúde, e segurança percebida, quando se trata mais de uma percepção do consumidor sem fundamento científico. Muito se tem alardeado sobre perigos que não são perigos: apenas a título de exemplo, podemos citar a questão dos OGMs (organismos geneticamente modificados), que tem suscitado desconfiança e medo desnecessariamente. Nossa recomendação tem sido a de priorizar o que efetivamente diz respeito à saúde, deixando a segurança percebida para ser tratada pelo cliente da maneira que julgar oportuno.

Peter destacou as virtudes da certificação como um passo adiante, que ajuda o segmento a evoluir, mas também foi claro em suas críticas:
Segundo ele, “a certificação não pode ser a palavra final. Precisamos de uma continua demonstração de capacidade. Precisamos engajar os fornecedores de forma ativa”.

Peter levantou o tema da certificação para lojas/ supermercados. Explicou que a rede Metro não exige isso, mas muitas unidades já estão certificadas em normas como IFS para varejo, ISO 22000, além de outras certificações locais, claro que sempre cumprindo os requisitos da próprio rede.

Encerrando sua apresentação, Peter voltou a enfatizar que devemos classificar perigos com base em ciência, desenvolvendo métodos mais eficazes de treinamento e resistindo à tentação de ceder à pressão de grupos movidos por outros interesses.


Quem é responsável pela segurança de alimentos? 
A perspectiva do consumidor

Charlie Arnot, CEO do The Center for Food Integrity, dos EUA, mostrou os resultados de uma pesquisa quantitativa feita com mais de 2000 consumidores em seu país sobre atitudes em relação à segurança de alimentos.


Os resultados apontaram como prioridade a segurança de alimentos, seguida do preço. Entendo que este dado está alinhado com a visão do representante do grupo Metro, Peter Overbosch, pois após  conseguir a garantia da segurança em toda a cadeia de suprimento, há que se esforçar para reduzir perdas, o que automaticamente levará à oferta de preços mais baixos.


Charlie discutiu os desafios enfrentados pelos stakeholders da indústria para a construção da confiança do consumidor no sistema alimentar de hoje. Ilustrou este desafio relatando o caso do recall de ovos que ocorreu nos Estados Unidos em 2010, quando mais de meio bilhão de ovos foram recolhidos por suspeita de Salmonella enteriditis. O episódio causou um enorme impacto no mercado de ovos, desencadeando um grande número de ações litigiosas entre empresas além de uma forte pressão junto ao FDA e ao Congresso dos Estados Unidos. Concluindo, Charlie disse que este foi mais um dentre vários casos de contaminação que contribuiram para acelerar a aprovação do FSMA – Food Safety Modernization Act, já citado no post publicado anteriormente sobre a palestra de Michael Taylor, do FDA.

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