GFSI LEVA EMPRESÁRIO DO CHILE A REALIZAR SEU SONHO


Hoje começo a caminho da volta, iniciando a viagem no fim da tarde, chegando amanhã de manhã.
Mas ainda dá tempo de fazer mais um post.

A GFSI produziu uma série de vídeos que foram mostrados durante a Conferência. Pouco a pouco vou compartilhando todos com vocês.Vou hoje mostrar o primeiro deles, sobre um caso de sucesso no Chile. 


Walter Pacheco, CEO da ANDESAL mostra como a GFSI os ajudou a realizar um grande sonho. Está em espanhol, com legenda em inglês. Se alguém quiser fazer uma legenda em português e me enviar para compartilhar, ficaremos todos muito gratos/as.

Acesse:
https://youtu.be/joRGqn8dS48?list=PLLhngS1fzGFFU8vXK4xYK1rA9ad8ZgrJ_

Ellen Lopes – eal

VEM AÍ O GUIA “DEFINITIVO” DA CULTURA DA SEGURANÇA DE ALIMENTOS DA GFSI


Foto do sub grupo: Laura, Dan,Bertrand, Ellen Lopes, Kathleen 
Autor: Ellen Lopes

Ufff! Foram três dias intensos na Conferência da GFSI – Global Food Safety Initiative aqui em Houston durante a semana do carnaval, seguidos de dois dias de trabalho dos Technical Working Groups – TWG.

Eu, Ellen Lopes, tive a satisfação de ser a única brasileira selecionada para fazer parte do TWG de Cultura de Segurança de Alimentos, trabalho voluntário, iniciado durante a Conferência de 2016. A seleção foi feita com base em currículo e experiência. Por isso continuei mais dois dias aqui na “folia”.
Ano próximo vamos lançar o Guia de Cultura de Segurança de Alimentos. Estamos trabalhando com uma seleção de grandes especialistas, apoiados por uma equipe de cientistas sociais.

Por que um guia, e não uma norma? Para respeitar o fundamento básico de que a cultura varia de empresa a empresa, de país a país, de região a região, portanto não poderíamos “engessar” as empresas nesse aspecto.

Para quem ainda não sabe, a Food Design trabalha formalmente com apoio comportamental para implementar a Cultura de Segurança de Alimentos desde 2004, contando com o apoio da da consultora Rose Mary Lopes, Ph.D. na área de psicologia social. Rose, a quem agradeço, tem me ajudado a cumprir as tarefas de retaguarda que temos feito para evoluir com esse trabalho. Está sendo muito legal  ver que a metodologia que adotamos na Food Design para Cultura de Segurança de Alimentos, orientada pela Dra Rose, e validada na prática por grandes empresas onde atuamos, já seguia as referências indicadas pelo grupo de cientistas, com uma vantagem adicional: nosso pulo do gato, que por razão de confidencialidade não podemos revelar, mas que está à disposição para os clientes que precisarem de ajuda nessa área.


Acima postei foto do meu sub grupo, comigo, Laura, Dan, Bertrand e Kathleen. A coordenação é da Lone, que mostrou o resultado de nosso trabalho ao final da reunião para a direção da GFSI. A foto não saiu muito boa, mas fica aqui como registro.

É sabido que, dependendo do cenário da empresa, somente “tecnicalidades” não têm o poder de implementar ou de melhorar a cultura de segurança de alimentos, necessitando de ir além. 
E a empresa faz algum trabalho além da parte técnica para a cultura de segurança de alimentos? Gostaria de compartilhar sua prática com os leitores?

Autor: Ellen Lopes

#culturadesegurançadealimentos

COLABORAÇÃO: GFSI CONSEGUE O QUE NENHUMA EMPRESA OU PAÍS SOZINHO CONSEGUIRIA

A abertura da Conferência foi feita por Mike Robach, presidente da diretoria da GFSI e Vice Presidente da Qualidade, Segurança de Alimentos e Assuntos Regulatórios da Cargill. Mike é um profissional extremamente respeitado, e foi uma das primeiras pessoas que conheci em 2009, quando comecei a frequentar as conferências da GFSI, ocasião em a entidade era ainda muito pouco conhecida no Brasil.

Mike descreveu as recentes mudanças na governança da entidade e destacou a enorme importância e reconhecimento conquistados pela entidade:  ao reunir a indústria e outros stakeholders, a GFSI consegue o que nenhuma empresa, ou país, poderia fazer sozinho. Com a comercialização global de alimentos há a necessidade de trabalharmos juntos para garantir um suprimento de alimentos seguros. Os requisitos de Benchmarking do GFSI representam um esforço colaborativo espetacular, refletindo anos e anos de experiência de especialistas da indústria e de cientistas de alimentos”. 

Este reconhecimento coletivo é cada vez de maior interesse para os governos nacionais e de suas agências de Segurança de Alimentos, particularmente graças à melhoria da eficiência permitida pela abordagem da GFSI, representada pelo aumento da aceitação da certificação de terceira parte.

Presidente da diretoria da GFSI e Vice Presidente da Qualidade, Segurança de Alimentos e Assuntos Regulatórios da Cargill – autor foto: Ellen Lopes

UM “G30” DA SEGURANÇA DE ALIMENTOS? Sim, o futuro já começou: colaboração público-privada para a Segurança de Alimentos


Logo antes da 16ª Conferência Global de Segurança de Alimentos, a GFSI reuniu em Houston mais de 100 representantes de 30 instituições, de mais de 20 países, para discutir PPP – parceria público privada em prol da Segurança de Alimentos.

O objetivo foi continuar a discussão informal das reuniões de 2016 sobre certificação privada, bem como ampliar o escopo e discutir questões e tendências emergentes de Segurança de Alimentos. E também explorar como as agências regulatórias e o setor privado podem alcançar conjuntamente melhores resultados em Segurança de Alimentos.

Países como Japão, China, México, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos da América tiveram uma forte presença nesta segunda edição das reuniões, enviando delegações de suas agências de Segurança de Alimentos

Dentre as organizações multilaterais, participaram a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Corporação Financeira Internacional (IFC).

Este “G30” da Segurança de Alimentos reuniu-se para discutir a integração potencial de sistemas privados de garantia de Segurança de Alimentos dentro do contexto de sistemas nacionais de controle, e como alavancar o investimento da indústria em certificação privada para melhoria dos resultados de políticas públicas.

Texto e foto – adaptado de “Latest GFSI news from Press Conference at Global Food Safety Conference in Houston”, 01/03/17.

Autor Ellen Lopes – eal

#GFSI17  #GFSI2017

PROGRAMAÇÃO NUM PISCAR DE OLHOS

Ontem o dia foi intenso, e as 24 horas valeram por experiências e contatos que valeram por mais de uma semana. Como é impossível mostrar tudo ao mesmo tempo, vou mostrando os highlights aos poucos. 
Na figura abaixo mostro um overview da programação. Você tem de clicar na figura para ampliar e conseguir ler.


Não participei do Discovery Tour da 2a feira, que embora com certeza muito interessante, tinha um pagamento adicional bastante salgado, e então decidi participar somente da terça em diante.
Após encerramento do evento, participarei adicionalmente na quinta e na sexta das reuniões do TWG – Technical Working Group – de Cultura de Segurança de Alimentos, com o qual estou contribuindo desde o ano passado.

Autor: Ellen Lopes eal

#GFSI2017 #GFSI17


POR QUE ESTA CONFERÊNCIA DA GFSI É UM EVENTO ÚNICO?

Porque é a única conferência que reúne ao mesmo tempo especialistas da indústria, do food service, do varejo, os proprietários das normas de gestão de segurança de alimentos, especialistas da academia e autoridades regulatórias de todo o mundo como o objetivo comum de discutir os avanços da segurança de alimentos de um ponto de vista global, atual, e ao mesmo tempo, com o foco no futuro.
VANTAGENS
A Conferência oferece a oportunidade de você conhecer e poder discutir com os diretores globais dos grandes players mundiais da área de alimentos; de fazer parcerias com colegas da indústria, do food service, do varejo e autoridades regulatórias de todo o mundo; de compartilhar conhecimentos; de beneficiar-se de apresentações provocadoras de especialistas de renome internacional, e claro, de ouvir idéias inovadoras.
Autor: Ellen Lopes eal
#GFSI2017 #GFSI17

COMENDO INSETOS A CAMINHO DA CONFERÊNCIA 2017 DA GFSI


Aqui já é madrugada de quarta feira. Estamos 3 horas atrás aí da hora de Brasília.
Cheguei em Houston na segunda feira de manhã para a Conferência anual da Global Food Safety Initiative. 

No domingo, a caminho do aeroporto, gravei este vídeo para responder a uma pergunta, cuja resposta eu estava devendo para quem acompanhou os posts da Conferência do ano passado (2016), após eu ter participado de uma palestra sobre a segurança dos insetos, quando então houve uma degustação. 

Aproveito lembrar que sobre a segurança de insetos como alimento, a resposta é: se criados com tecnologia e segurança de alimentos apropriadas, são seguros sim, exceto para alérgicos aos insetos em questão.

Autor: Ellen Lopes eal

#GFSI2017 #GFSI17 #Comerinsetos


16a CONFERÊNCIA GFSI 2017 ELLEN, DA FOOD DESIGN E DO IRSFD, MAIS UMA VEZ PRESENTE


Ellen Lopes, a Diretora Executiva da Food Design, que participa dessas conferências desde 2009, estará mais um vez presente, nesse ano em nome do IRSFD. O objetivo é se atualizar e trazer novidades para o Brasil. Por isso, a partir de hoje acompanhe os highlights do evento aqui nesse blog.
“Liderança para o Crescimento” é o tema dessa Conferência,  que acontecerá em Houston, no Texas, de 28 de fevereiro a 02 de março.
A Conferência contará com a participação de cerca de 1.200 especialistas da área de alimentos, de mais de 50 países.
Líderes de empresas, como por exemplo Cargill, Ecolab, Hershey, Mondelēz, Nestlé, Wegman Foods, Tyson, são presenças confirmadas. Também estarão presentes muitas autoridades de importantes entidades governamentais, tais como FDA, dos Estados Unidos; Food Standards Agency, Reino Unido Food and Consumer Product Safety Authority, dos Países Baixos; Senasica, México e Food Inspection Agency, Canadá.
Convido você para acompanhar nossos posts,

Aline


Autor: Aline Nakele – eal
Fonte:
http://www.mygfsi.com/news-resources/news/blog/562-the-2017-global-food-safety-conference-everything-is-bigger-and-better-in-texas.html – acesso em 09/02/2017

#GFSI2017 #segurançadealimentos 

Skyline de Houston. Ref. Site da Conferência.

Hospitalidade: muitas mãos, muitas fontes e muitos desafios.

Autor: Rose Mary Lopes*

Esta sessão enfocou a crescente indústria da hospitalidade, que envolve todos os tipos de estabelecimentos que oferecem pernoites/ lugar de descanso para hóspedes, com o correlato oferecimento de alimentação.
Isto na hotelaria implica desde café da manhã, lanches, serviço de quarto, bares, restaurantes, serviços de buffet e de eventos. Daí que, literalmente, envolvem-se muitas mãos, muitas fontes dos produtos – in natura, semi- processados ou processados, que provém de muitas fontes / fornecedores.
Dá, então, para imaginar o tamanho e a complexidade dos desafios enfrentados no que se refere à segurança de alimentos pela indústria da hospitalidade.
Esta sessão foi moderada por Bobby Krishna, especialista do de Inspeção de Alimentos do Departamento de Controle de Alimentos, Dubai, Emirados Árabes.
Bobby Krishna, Departamento de Controle de Alimentos, Dubai, Emirados Árabes
 Fonte: site da Conferência
Além do próprio Bobby Krishna, fizeram parte desta sessão: Alex Humphrey – Senior Diretor de Safety & Security, Hilton, Reino Unido; Andy Bennet – Vice Presidente da Qualidade, McCormick, Reino Unido e Johann Zueblin – Membro do Conselho da Prime Agri, Suíça.
Alex Humphrey – Senior Director, Safety & Security, Hilton
Fonte: site da Conferência
Humphrey, sinalizou que um dos maiores desafios para a cadeia de hotéis Hilton é “a de garantir a consistência na implementação e consistência do Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos baseado em APPCC/ HACCP, especialmente em locais remotos”. Ele acrescentou que o desafio é ainda maior dado que, nas diversas regiões, há requisitos locais baseados em legislação ou em melhores práticas, e que dentro da própria indústria hoteleira não há harmonização de padrões.
Procuram, então, seguir a legislação local ou as melhores práticas locais, alinhando-as com o que se reconhece como sendo as melhores práticas mundiais, base dos padrões do sistema de gestão de segurança de alimentos do grupo Hilton, de modo a garantir a saúde e bem-estar de seus hóspedes e de seus funcionários.
Destacou também que seus fornecedores são extremamente importantes para atingir este objetivo. E um exemplo disto é a empresa McCormick, cujos temperos, especiarias e ervas dão sabor aos alimentos produzidos nos restaurantes da rede Hilton, bem como a milhares de outros estabelecimentos no mundo todo.
Andy Bennet – Vice Presidente da Qualidade, McCormick
Fonte: site da Conferência
A McCormick é uma multinacional americana, mais do que centenária, fundada em 1889 em Baltimore, Filadélfia. Que se insere como uma das maiores empresas do mundo no mercado de especiarias, ervas e temperos. Este mercado, no ano de 2012 movimentou perto de US$ 13 bilhões. E, cabe sinalizar que o crescimento deste mercado continua, pois as pessoas querem, cada vez mais, experimentar novos sabores.
O mundo das especiarias é muito complexo. Há produção de ervas e especiarias no mundo todo, embora existam países que se destaquem. Um dos problemas é que geralmente as especiarias recebem um processamento mínimo. Deste modo, entre o produtor, no campo, e o prato servido ao hóspede no mundo da hotelaria, há uma longa cadeia, com muitos atores interferindo na segurança do alimento.
Além disto, é muito frequente a pequena produção. Deste modo, para processamento e elaboração de produtos, é muito comum que as empresas processadoras, como a McCormick, tenham que adquirir as especiarias e ervas de muitos produtores, de variados tamanhos, com óbvias dificuldades de atendimento de padrões e de rastreabilidade.
Aí se pode prenunciar a dificuldade de garantir a qualidade e segurança destes itens. Assim, não é raro encontrar-se, por exemplo, na pimenta do reino, de impurezas a corpos estranhos – pedrinhas, partes de insetos e possíveis contaminantes químicos ou microbiológicos, isso sem falar em qualidade da conservação. A estas dificuldades acrescente-se os problemas com possíveis fraudes.
Zelando pela qualidade e segurança das especiarias como a pimenta, a McCormick estabeleceu parcerias, como a realizada com a empresa Prime Agri da Suíça. A Prime Agri é uma desenvolvedora, financiadora e investidora, que auxilia empresas a estruturarem a cadeia de fornecimento em países do sul da Ásia, como é o caso de Miamar, que oferece condições para a agricultura semelhantes às existentes na Califórnia. Lá, a SPE – Smallholder Prosperity Enterprises, empresa que tem como sócia investidora a Prime Agri,  está capacitando pequenos agricultores em programa de Boas Práticas Agrícolas similar ao GlobaGAP, e apoiando-os até em infraestrutura e financiamento para que tenham acesso a canais de distribuição internacionais, sendo a  McCormick um desses canais.  
Este é um exemplo real de como a solução para a asseguração do alimento com segurança vai do campo até a processadora e distribuidora de produtos. E do quão longe as organizações, países e cidades, como a McCormick, Hilton e Dubai, têm que ir para que o cliente, no final desta cadeia, possa usufruir de uma experiência alimentar saborosa e segura.
*Rose Mary Lopes, é Mestre e Ph.D. em Psicologia Social pela USP, especializada em cultura de segurança de alimentos e assuntos de empreendedorismo, consultora da Food Design desde 2004 e membro do IRSFD. Rose esteve também presente na Conferência, representando Food Design e IRSFD.

P.S. Prezados leitores, peço desculpas pela lacuna de tempo sem publicar, mas a agenda ficou apertada neste espaço de tempo, o que é bom por um lado, mas ruim para dedicar tempo para este trabalho voluntário. Conto com sua compreensão. Att, Ellen
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Global Food Safety Trade Harmonization – primeira parte


Nesta semana, que foi intensa, só consegui hoje um pouco de tempo para continuar a produção dos posts. Em vez de já continuar com o assunto dos insetos, decidi adiantar um assunto de fundamental importância para o futuro da segurança de alimentos no nosso mundo, mais que globalizado: como fazer avançar a segurança de alimentos numa escala global face ao desafio de se conseguir uma harmonização  dos sistemas regulatórios públicos com os sistemas de normas/ certificação da iniciativa privada, desafio este que neste painel ficou claro que a GFSI está buscando catalisar, incentivando e promovendo discussões como esta que houve com autoridades regulatórias dos Estados Unidos, do Canadá, da União Europeia, da Nova Zelândia e da China.











Como afirmou Mike Robach na abertura  desta plenária: “num mundo atual onde a cadeia de suprimentos de alimentos é cada vez mais interconectada, torna-se mister haver estreita COLABORAÇÃO entre governos e iniciativa privada, para assegurar que alimentos seguros sejam providos aos consumidores,em todos os momentos, em todas as partes do mundo”. Mike é Vice Presidente da Qualidade, Segurança de Alimentos e Assuntos Regulatórios da Cargill, Estados Unidos, e recém nomeado Presidente da GFSI.

Na foto, da esquerda para a direita: 
Jian Zhang, Michael Scannell , Mike Taylor, Paul Mayers , Bill Jolly e Mike Robach. 
Autor da foto: Ellen Lopes.
Mike Taylor, Representante Oficial para Alimentos do FDA – Food and Drug Administration, Estados Unidos, discutiu como o FSMA – Food Safety Modernization Act inovou ao exigir sistema com foco em medidas preventivas baseadas em ciência, e não mais somente o sistema de inspeções antes do FSMA. Mike explicou que a fundamentação do FSMA tem base nas conclusões dos últimos 25 anos a que chegou a comunidade científica internacional: de que a grande ênfase deve ser na prevenção dos perigos e no controle dos riscos, entendimento este que espelha as diretrizes do Codex Alimentarius.

Mike acredita que certamente o FSMA está contribuindo para a harmonização internacional, e que os Estados Unidos têm ativamente procurado colaborar com seus maiores parceiros comerciais, com o objetivo de fazer o melhor uso dos recursos públicos e privados na verificação do cumprimento de normas e padrões, evitando duplicidade de esforços, mencionou ele que o grande desafio para os reguladores é conseguir a harmonização dentro dos limites impostos pelas limitações do arcabouço legal e regulatório de cada país.
Reconhecimento de Sistemas
Relatou Mike que o FDA já fez um grande avanço ao estabelecer o mecanismo de Reconhecimento de Sistemas, que se baseia numa rigorosa  avaliação feita pelo FDA de que outro país tenha um sistema de segurança de alimentos comparável, em sua capacidade, e em sua eficácia quanto à garantia de bons resultados. Ao longo dos últimos cinco anos, continuou ele, “o FDA desenvolveu um processo bem definido para avaliar a comparabilidade dos outros sistemas de controle alimentar nacionais, e estamos finalizando acordos de reconhecimento de sistemas com vários países. É uma via de mão dupla, pois o objetivo é o reconhecimento e da confiança mútuos”.
“E importante deixar claro que, ao invés de ser uma ferramenta de acesso a mercado, no sentido do comércio, o Reconhecimento de Sistemas é uma ferramenta para a cooperação em segurança de alimentos. Com o Reconhecimento de Sistemas, poderemos direcionar melhor a nossa inspeção externa e recursos de vigilância das fronteiras para onde haja um maior risco de não-conformidade. Pretendemos também permitir que os importadores norte-americanos, no cumprimento das suas novas responsabilidades de segurança de alimentos, levem em conta se o seu fornecedor estrangeiro de um país cujo sistema reconhecemos como comparáveis, está em boa posição”.
“Até agora estamos trabalhando no Reconhecimento de Sistemas com a Nova Zelândia, que colaborou com nosso teste piloto do processo de avaliação. Estamos em estágio avançado de avaliações e desenvolvimento de acordos de reconhecimento mútuo também com a Austrália e o Canadá”.
“Além disso, começamos a dialogar sobre avaliação com os nossos homólogos da Comissão Europeia, e confesso que estamos ansiosos para construir colaboração com a Europa em todos os aspectos da segurança de alimentos”.

Após a exposição de Mike, seguiram-se as exposições dos representantes do Canadá, da Nova Zelândia e da União Europeia, que corroboraram e contaram sobre mais detalhes sobre estas avaliações.

Jian, por sua vez, contou que autoridades da China estão negociando diretamente com o GFSI para estabelecer uma parceria público privada para reconhecer o sistema “HACCP China” pelo GFSI.
Meu comentário:
É empolgante saber que grande avanços como este têm acontecido, mas e o Brasil? Parece que estamos num mundo à parte, e meio adormecidos para tão importantes conversações. Ou se algo acontece nesta direção, ousaria suspeitar que a divulgação a esse respeito esteja falha. 

Global Food Safety Trade Harmonization – Aguarde a parte 2.

Comer insetos? Isso é seguro? – Aguarde a parte 2.
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Insetos? Argh! Isso é seguro? Nham! – Parte 1

“Que tal uma deliciosa salada de insetos servida com gafanhotos fritos? E formigas desidratadas cobertas com chocolate?”

Com esta chamada, a palestra do Professor Arnold van Huis, professor de entomologia da Universidade Wageningen da Holanda “bombou”. Ele mostrou que embora a estranheza a comer insetos seja presente na maioria da população mundial, inseto é alimento comum na dieta de cerca de 2 bilhões de pessoas. Num mundo que necessita suprir de proteínas uma população crescente, esta tendência parece que veio para ficar.

Na foto, o Professor Arnold mostra interesse crescente pelos insetos.
Autor da foto: Ellen Lopes

 

Arnold explicou que a demanda de carne de origem animal deve crescer em mais 76% até 2050. Mas hoje a produção animal já ocupa cerca de 68% das terras agricultáveis, emitindo cerca de 14% dos gases efeito estufa, e 59 a 71% da amônia da atmosfera. Um dado preocupante é que para cada kg de carne bovina são necessários de 20.000 a 40.000 litros de água, isto quando se considera também a água necessária desde insumos até abate. Estes são os impactos mais importantes, mas há ainda que se considerar o desflorestamento, erosão, desertificação, perda de biodiversidade dentre outros.
Este cenário representa ao mesmo tempo um desafio, mas também uma oportunidade para novas fontes de proteína de baixo impacto para o meio ambiente. 

Figura ilustra quantidade de insetos comestíveis relatados por região.


Na figura acima pode-se perceber a distribuição de insetos relatados como comestíveis no mundo.  Este número é mais elevado em determinadas regiões da Ásia, América do Norte, Central, América do Sul , incluindo Brasil, Austrália e Nova Zelândia.

Estima-se que mais de 1.900 espécies já foram relatadas como alimento. Globalmente, as espécies mais consumidas são:
– besouros (Coleoptera) – 31%
– lagartas (Lepidoptera) – 18%
– abelhas, vespas e formigas (Hymenoptera) – 14%

Além destes insetos, são consumidos os gafanhotos e os grilos (Orthoptera), cigarras, cochonilhas e percevejos (Hemiptera), os cupins (Isoptera), as libélulas (Odonata) e até moscas (Diptera)!

Arnold mostrou que os insetos podem ser coletados ou criados, em escala artesanal, ou produzidos em escala industrial. Abaixo ilustração cedida pelo Professor Arnold sobre criação e venda de insetos.


Mas e quanto à segurança de alimentos:
– Quão seguro é o consumo de insetos? 
– Quais são os perigos potenciais? 
– Que cuidados se deve ter na sua produção para que sejam seguros? 
– É necessário algum tratamento térmico?

Mas esta parte ficará para depois. Aguarde a parte 2.

E você, o que acha sobre o consumo dos insetos? E sobre sua segurança?
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Global Markets Brasil – Parte 3

Pela primeira vez uma apresentação formal de um trabalho do Brasil na GFSC – Global Food Safety Conference anual da GFSI

Dando continuidade ao post anterior da Parte 2, aqui apresento a síntese da minha palestra sobre o Programa Global Markets Brasil, realizada durante a Conferência da GFSI em Berlim.
Ellen Lopes, palestra sobre Global Markets Brasil APAS, GFSC 2016, Berlim.
Auto foto: Crístian L. Roque


Primeiras iniciativas
Alguns varejistas do Brasil, entre eles o Walmart, inseriram o Global Markets em seus programas de seleção de fornecedores e em seus check lists. As empresas Cargill, ConAgra, General Mills-Yoki e Mondelez, formaram um grupo e treinaram vários fornecedores no Programa Global Markets.

                          Foto: material cedido por Roger Bont, Cargill.

Mas estas eram iniciativas isoladas!
Em 2015 a APAS abraçou o Programa Global Markets Brasil
Em nome da Food Design, eu participo  das Conferências GFSI desde 2009, onde tive contato com vários grupos de stakeholders que se organizaram para incentivar a implementação do Global Markets. Alguns exemplos destas iniciativas: Metro, da Alemanha; AEON na Ásia; parceria público privada na Indonésia e o grupo organizado pela ASU, a União Argentina de Supermercados, que já é operante desde 2012.
Imbuída do espírito de ajudar o Brasil a embarcar nesta tendência, comecei a oferecer  palestras gratuitas sobre o programa e suas vantagens, e junto com outros colegas procuramos alguns grupos como interlocutores, no início sem sucesso, até que em 2015, o Comitê de Segurança de Alimentos da APAS – Associação Paulista de Supermercados abraçou o desafio, com o inestimável apoio de representantes do GPA (Grupo Casino), Carrefour, Walmart, Sonda, Makro e Enxuto.

Sede da APAS – Associação Paulista de Supermercados em São Paulo
A Coordenação Geral do Programa Global Markets Brasil APAS ficou sob minha responsabilidade, com Coordenação Técnica pela Márcia Rossi do Walmart Brasil, que foi representada na GFSC 2016 pela Natalie Dyenson, do Corporativo do Walmart, Estados Unidos.

Desafios
O primeiro grande desafio foi harmonizar os diferentes check lists usados pelos “três grandes players“: GPA, Carrefour, Walmart, alinhando-os de forma explícita com o esquema Global Markets.
Após várias reuniões e análises comparativas com os requisitos Global Markets para a indústria, percebeu-se que, uma vez reorganizados e reagrupados, havia um “coração” Global Markets, acrescido de alguns requisitos adicionais.
Estes requisitos adicionais formam dois grupos, considerados por GPA, Carrefour, Walmart como obrigatórios,mas que para outras empresas podem ser opcionais:
– requisitos legais (exemplo alvará sanitário; registro na Anvisa, se for o caso), cuja verificação é delegada aos organismos de certificação na fase de seleção
– requisitos mais avançados da qualidade/ segurança de alimentos e requisitos de segurança operacional e sócio-ambientais.
Esquema gráfico o resultado da harmonização
Fonte: Tradução de slide da Conferência. 
Autor: Ellen Lopes, Food Design & IRSFD.
Dica: para ampliar, clique na figura.
Outros desafios
Para acelerar e conferir agilidade para o Programa Global Markets Brasil, a solução foi o apoio através de uma organização não governamental, o IRSFD – Instituto de Responsabilidade Social Food Design, idealizado já há algum tempo por um grupo de profissionais, ONG esta que tem como objetivo adicionar valor a empresas de alimentos menos desenvolvidas, estimulando o exercício da responsabilidade social, com empreendedorismo, qualidade, segurança de alimentos e sustentabilidade.

Escopo
O Programa foi iniciado no âmbito do varejo, mas para que se crie um amplo movimento de evolução em torno da “linguagem Internacional” Global Markets, e assim facilitar o acesso de nossas indústrias de menor porte a novos mercados, nacionais ou internacionais, a participação do Programa Global Markets Brasil em breve será aberta a todas as indústrias de alimentos e bebidas e a todo o foodservice do Brasil, sejam as empresas clientes, ou fornecedores.

Site do Programa Global Markets Brasil
Previsão é lançar no primeiro semestre um hotsite do Programa, dentro do site da APAS. Neste hotsite, além do check list em português do Global Markets para níveis Básico e Básico + Intermediário, cuja tradução foi cedida gentilmente pela IFSserão incluídos:
– os requisitos adicionais exigidos pelo GPA, Carrefour, Walmart
– um diretório das empresas que já participam do programa
– mecanismos de trocas de informações que ajudem a criar benefícios mútuos para todos os stakeholders interessados.
Para as empresas que adotarem a pontuação do sistema Global Markets IFS, a IFS ofereceu incluir no hotsite do Programa Global Markets Brasil um link para seu próprio site internacional, o que trará a estas empresas visibilidade mundial, além de poderem ter acesso a um software que facilita o gerenciamento de suas auditorias. Nota: a menção da IFS não implica em obrigatoriedade de sua adoção, já que a adoção de uma norma ou esquema é decisão própria de cada empresa.
Se você tiver interesse em receber mais informações sobre o Programa Global Markets Brasil, ou quiser ser um voluntário para contribuir com a parte técnica do Programa, escreva para ellen.lopes@irsfd.org.br.

Se você quiser receber a tradução do check list do Global Markets IFS para níveis Básico e Básico + Intermediário, escreva para Caroline Nowak: cnowak@ifs-certification.com.

Agradecimentos
À APAS, em especial ao Paulo Pompílio e Roberto Borges

Ao Grupo Técnico:
Márcia Rossi, Walmart
Júlia Carlini, Carrefour
João Ricardo Stein, GPA
Alexandre Momesso, Sonda
Tatiane Amaral, Makro
Juliana Onodera, Enxuto
À Roger Bont, da Cargill, pela cessão do material de treinamento.

À Caroline Nowak, IFS Brasil, pela tradução e futuro link para site IFS.

Agradeço também ao Leonardo Lima do McDonald’s Brasil, que participou do grupo Global Markets organizado pela ASU, e que me ajudou na estratégia de busca de apoios.

Que você achou do iniciativa do Comitê de Segurança de Alimentos das APAS de abraçar no Brasil o Programa Global Markets? 
O IRSFD é responsável por organizar o voluntariado para contribuir com as tarefas do Programa Global Markets Brasil APAS, como traduções, redação de cases, publicação de material de apoio etc. Se você é um voluntário e quer contribuir, escreva para ellen.lopes@irsfd.org.br
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