Global Food Safety Conference 2014 – Anaheim, EUA

Prezados leitores,
O ano de 2014 chegou, e com ele a tão esperada Global Food Safety Conference 2014!

Pelo sexto ano consecutivo a Food Design, Media Partner do GFSI, estará presente, e fará a cobertura do que acontece no mais importante evento da área de gestão da segurança de alimentos, que ocorrerá entre os dias 26 e 28 de fevereiro, trazendo para você notícias fresquinhas.  Neste ano, a conferência contará pelo menos com a participação de 600 líderes da indústria de alimentos e especialistas em segurança de alimentos, de 45 nacionalidades.

O tema deste ano? “One World, One Safe Food Supply”.
Uma grande discussão que este tema provocará é sobre o desafio de como gerenciar no futuro a segurança de alimentos numa escala global.
Novas ideias e perspectivas sobre a gestão da segurança de alimentos serão expostas e compartilhadas por grandes oradores e experientes profissionais da área, ao longo dos três dias do evento.
E desafiar o seu pensamento em relação ao nosso mundo em constante mutação, é o que os organizadores propõem nas sessões sobre os últimos desenvolvimentos em segurança de alimentos.
Aceite você também este desafio, participando deste grande evento através de seus comentários*, que serão discutidos por mim e/ou outros leitores.

As notícias da conferência serão postadas aqui a partir de 26 de fevereiro até que se esgotem os temas. Se tivermos acesso a informações prévias, estas serão postadas em primeira mão.
Aguarde as novidades! Compartilhe e comente!

Ellen Lopes

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Semana das Super Atitudes na Duas Rodas

Com um forte compromisso com a qualidade e a segurança de alimentos, a cada ano a Duas Rodas promove a semana de qualidade e segurança de alimentos. Neste ano de 2013, o objetivo foi ir além de anos anteriores, focando “super-atitudes de qualidade, segurança de alimentos, meio ambiente e saúde ocupacional”.

Evento: Semana das Super Atitudes

Consciente da importância do papel do GFSI no cenário global de segurança de alimentos, a Duas Rodas solicitou a presença do GFSI neste evento. Ellen Lopes, da Food Design Consultoria, foi convidada por Lasma Augustova-Rabaud, Coordenadora de Comunicação do Consumer Goods Forum para representar o GFSI neste evento. Estas apresentações foram realizadas em 16 de agosto para mais de 400 trabalhadores da Duas Rodas, com o intuito de promover a conscientização sobre o impacto das questões de segurança de alimentos, abrangendo desde a saúde dos consumidores até questões sociais mais amplas, mencionando vários surtos importantes ocorridos nos últimos anos, que resultaram na criação do  GFSI. Ellen Lopes abordou também os últimos desenvolvimentos do GFSI, uma atualização sobre a Conferência de Segurança de Alimentos Global 2013, bem como a discussão sobre os esquemas reconhecidos pelo GFSI.

Da esquerda para a direita: Robson, Ellen, Sabrina e Celya
Fonte: Duas Rodas

 Na foto, Robson Luis Monteiro da Silva, Sabrina Melissa Besen da Silva e Celya Cubas, da Gestão da Garantia da Qualidade da Duas Rodas e Ellen Lopes, Diretora Executiva da Food Design.

 De acordo com Robson Luis Monteiro da Silva, do Departamento de Controle de Qualidade, “O discurso da Ellen aumentou a conscientização de toda a organização sobre a importância do sistema de gestão da segurança de alimentos. Nossos funcionários têm agora uma visão mais ampla do trabalho do GFSI, entendem seu objetivo, sua origem, sua estrutura e sua governança. O conhecimento sobre as tendências globais, certamente, nos levará a um sistema que fala a linguagem global de segurança de alimentos“. Sabrina Melissa Besen da Silva, Analista de Qualidade de Duas Rodas, mencionou que “O conceito de uma vez certificado, aceito em todos os lugares, permite a avaliação e seleção do programa de certificação reconhecido para a segurança de alimentos com uma abordagem internacional. A Duas Rodas quer ser reconhecida pela cadeia de alimentos por ter um sistema certificado “GFSI”, gerando assim aumento da possibilidade de negócio. Tal certificação vai fortalecer nosso compromisso de oferecer qualidade, confiabilidade e valor aos nossos clientes e, portanto, a mesa dos consumidores “.

Ellen Lopes, Diretora Executiva da Food Design durante palestra na Duas Rodas.

A Duas Rodas foi a primeira empresa a produzir óleos essenciais de frutas no Brasil. Foi fundada em 1925 por um casal de imigrantes alemães, o químico-farmacêutico Rudolph Hufenüssler, e a física Hildegard, sua esposa, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. A Duas Rodas comercializa uma vasta gama de ingredientes alimentícios na América Latina e em mais 29 países.

O “Barça” e o GFSI juntos?

Sim, a Conferência do GFSI deste ano realizou a façanha de juntar os maiores especialistas em segurança de alimentos do mundo no estádio Camp Nou, a casa do time Barcelona, apelidado carinhosamente pelos fãs como “Barça”. Mas não foi para jogar não, e muito menos para ver um jogo, foi para o grande jantar comemorativo do evento!
Quando recebi o convite, confesso que não entendi porque jantar num estádio de futebol. “Pensei: que coisa mais estranha, convidar a gente para um jantar em um estádio de futebol. Deve ser no refeitório dos jogadores, que pelo menos não deve ser desconfortável. Afinal, as estrelas do futebol que por lá circulam, e o nosso Neymar que lá passará a circular não devem aceitar um lugar ruim, e a comida deve ser boa… Mas para comportar cerca de 700 participantes, não deve ser no refeitório deles. Mas então como seria? Decidi não perguntar…”
Ao chegar lá fiquei encantada com a Camp Nou Experience, que é como o clube denomina o tour pelo estádio.

Autoria foto: Ellen Lopes
À medida que íamos chegando, éramos recebidos por um grupo de animadas cheerleaders.

Fonte: site da Conferência
Logo na entrada deu para perceber o uso inteligente do apoio da iniciativa privada. Vejam aqui o painel dos patrocinadores:

Autoria foto: Ellen Lopes
Um enorme painel com a história do clube nos recepcionava na escadaria de acesso ao gramado:
Fonte: site da Conferência
Em nossa  chegada, o estádio era iluminado para cada grupo que ali pisava.

Da esquerda para direita: Jessica Wigram, Lasma Augustova, Edgard Némorin, da equipe organizadora do evento
Fonte:  site da Conferência

A seguir veio o champagne. Ups! na Espanha é “cava”. E este cava estava delicioso – perguntei qual era, e fui informada que se tratava de um Aria Segura Viudas Brut Nature. Saúde aos leitores!

Foto: Ellen Lopes
                                                                                   
A visita à sala dos troféus foi emocionante! Aqui estou eu tirando fotos deles!

Fonte: site da Conferência
Após o tour, veio o tão esperado jantar, afinal depois de um longo dia e de tanto andar, todos já estavam com fome (O duro foi jantar com a torcida “ruidosa”, os jogadores atrás da gente…).
O jantar foi patrocinado por Teraoka Seiko/DIGI, e estava saborosíssimo. O menu foi tagliatelle com confit de frango, seguido de filé de robalo com arroz tostado. A sobremesa foi mousse de crema catalana com praliné e molho de rum. Hummm!
Nota: a Teraoka Seiko/DIGI é um conglomerado de empesas dedicadas a soluções para pontos de venda, com sede no Japão.
Fonte: site da Conferência
Bom, espero que depois de tantos posts de conteúdo técnico, que você tenha gostado deste tour gastronômico pelo Camp Nou.
Finalizando, peço licença ao leitor, mas não posso me esquivar de deixar um comentário: em meio à atual onda de protestos, recebi muitos comunicados contra a Copa, e gostaria de deixar aqui uma reflexão. O problema de fato seria a Copa, ou seria a nossa baixa capacidade de utilizarmos a oportunidade com sabedoria e inteligência, de quebrarmos paradigmas, de atrair patrocínio da iniciativa privada, e de usar estádios como fonte de renda, não só para futebol? Se eu por exemplo, que não sou fã de futebol, adorei fazer o tournoturno neste estádio, imaginem para quem é fã de futebol! Talvez ainda tenhamos muito que aprender como povo…
Você é fã de futebol e quer ver mais?
Entre no sitedo Barça e veja como o Neymar está sendo valorizado pelo time.


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Embalagens ativas e inteligentes – o futuro

Alistair Irvine, principal consultor em segurança de alimentos para embalagens da Smithers Pira, do Reino Unido, abordou em sua paletra as embalagens ativas e inteligentes e seu futuro.
A Smithers Pira é uma empresa  especializada em consultoria para pesquisas de mercado e de caráter técnico para a cadeia de embalagens, nasceu em 1930 como PIRA – Printing Industry Research Association, uma associação voltada a pesquisas para a área de impressão, e hoje pertence integralmente ao The Smithers Group, com sede em Ohio, Estados Unidos.
Iniciou Alistair relacionando os fatores mais comuns para prolongar a vida de prateleira dos alimentos: pH, teor de açúcar, teor de sal, teor alcoólico, escolha dos ingredientes, conservantes etc; condições de processamento, como tempo e temperatura; manuseio, boa higiene e HACCP. Já em relação a embalagens, os fatores importantes são o manuseio com boa higiene, prevenir a deterioração por oxidação, reter a umidade, vedar para evitar  a entrada de oxigênio e de microrganismos, e optar por embalagens com enchimento asséptico ou com atmosfera modificada. O pesquisador alertou que “é preciso ter um equilíbrio entre tratamento térmico do processamento versus a escolha de ingredientes, bem como da embalagem. É mais fácil ter produtos de longa validade quando é possível processar a alta temperatura e/ou com presença de sal e/ou açúcar. As condições de processamento podem alterar as propriedades dos alimentos, mas às vezes isso não é indesejável. Embalagem e produto são duas peças-chave da imagem da marca”.
Embalagem com atmosfera modificada – MAP significa alimentos embalados sob uma atmosfera que contenha diferentes proporções de gases. O objetivo é prolongar a vida dos alimentos, preservando ao máximo as propriedades naturais do alimento, ao invés de usar conservantes ou usar outras abordagens tradicionais. É preciso saber muito sobre a química dos alimentos para fazer bom uso do MAP, de modo que o exemplo de MAP dado na palestra é apenas um exemplo, e não uma solução universal. Esse método é altamente dependente dos materiais disponíveis e, portanto, requer uma estreita cooperação com fornecedores de embalagens. Alguns requisitos para MAP são: boas propriedades de barreira dos materiais de embalagem (alta barreira ao O2 e água) para garantir a manutenção do teor otimizado de gás, uso de filmes multicamadas ou de materiais rígidos que contêm camadas de barreira de EVOH, nylon, PVdC etc, e por fim, vedação hermética para garantir a integridade da embalagem. Embalagens dificilmente oferecem barreiras perfeitas, mas o uso de embalagens ativas e inteligentes podem ajudar a estender a validade.
Alistair deu um exemplo de MAP para carne e peixe fresco, onde o alto nível de CO2 pode ser inibidor eficazes de crescimento de bactérias e de fungos. Neste caso, uma atmosfera típica para carne seria 70% de nitrogênio e 30% de dióxido de carbono (opcionalmente 0,4% de monóxido de carbono pode ser adicionado para manter a cor vermelha).
Vale observar que embalagens ativas são definidas como “qualquer sistema de embalagem que realiza uma função ativa além das características que o produto teria; propositadamente interagindo com os conteúdos para proporcionar melhorias em termos de qualidade, prazo de validade, a segurança e/ou a usabilidade”, enquanto embalagem inteligente é um sistema de embalagem que monitora, indica ou testa informações sobre a qualidade propriamente dita, ou condições ambientais que afetam a qualidade do produto, seu prazo de validade ou sua segurança, como por exemplo, indicadores de frescor ou de temperatura”.
Ele mostrou que as embalagens ativas podem ser atingidas por dois caminhos básicos. o primeiro é a remoção de substâncias indesejáveis ​​de uma embalagem e /ou dos alimentos (por exemplo, a captura de oxigênio, remoção de etileno de frutas, utilização de grânulos de carvão ativado como desodorizante etc.). O segundo é a migração de substâncias da embalagem para os alimentos, como por exemplo, compostos antibacterianos, ou emissão de álcool para suprimir mofos. Há também um caminho “híbrido”, mediante a utilização de substâncias reguladoras de umidade, que podem aumentar ou reduzir o teor da umidade do alimento.

Fonte: site da Conferência

Fonte: site da Conferência

Alistair relacionou os driverssob o ponto de vista do varejista para o uso de embalagens ativas ou inteligentes: maior validade, menor desperdício, diferenciação do produto, melhoria da qualidade e  da segurança dos alimentos, amadurecimento controlado de frutas permitindo deixá-las no ponto para consumo, além de permitir a distribuição em cadeias de distribuição mais longas. Do ponto de vista do consumidor os drivers são: melhor aparência do produto, sabores mais naturais, teor de sal e açúcar mais reduzidos, maior tempo de vida após a compra. Fatores que se contrapõem: o aumento do custo de embalagem e a morosidade que pode existir na aprovação legal, resistência do consumidor a desembolsar mais pelo produto, desejo de consumir alimentos de cadeias mais curtas e menos “industriais” e objeções ao uso de embalagem “excessiva”.
O FUTURO
Sobre o futuro, Alistair aposta que as categorias de produtos onde o uso de embalagens A&I (ativas e inteligentes) serão fator chave são: carnes e aves, refeições prontas para consumo, alimentos frescos, bebidas e cervejas. “Ao longo dos próximos anos, a inovação será incremental em vez de revolucionária, pois os consumidores estão menos propensos a pagar um valor elevado para a novidade. É previsto que a regulamentação das embalagens A&I  para a maioria dos países que a adotarem não deve ser uma barreira”. E finalizou ele com algumas reflexões: “Como transmitir e esclarecer os consumidores sobre os benefícios destas soluções? Como conseguir que os elementos ativos de uma embalagem sejam vistos como parte integrante do produto? Como conseguir o uso e aceitação, como por exemplo o que ocorreu com os absorvedores de oxigênio no Japão, onde com população de 25% da UE,  se atingiu um mercado três vezes maior para esta embalagem ativa? As respostas a estas perguntas serão o que impulsionará o crescimento das embalagens A&I”.


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Evolução das normas ISO de segurança de alimentos

Cor Groenveld, Diretor Corporativo de Serviços da Cadeia de Abastecimento da LRQA – Lloyds Register, Reino Unido, e Presidente da Foundation for Food Safety Certification, com sede na Holanda, discutiu a evolução da situação internacional em auditorias e certificação e FSSC 22000.
Comentou Cor que a segurança de alimentos, a qualidade e a sustentabilidade são prioridades para o desenvolvimento internacional, informando que “a abordagem do GFSI está crescendo rapidamente, e hoje já são mais de 200.000 certificados emitidos em todo o mundo. A demanda de certificação de terceira parte entre varejistas e fabricantes é crescente, assim como há interesse crescente em programas de auditorias na segunda parte personalizados. A “certificação de produto” está migrando para “certificação de sistema de gestão”, há uma expansão da exigência de sistema  de “garantia” ao longo de toda a cadeia de abastecimento; maior interesse em sistemas de gestão integrados baseados em análise de risco”. Acrescentou ele ainda que “as autoridades alimentares estão cada vez mais interessadas em usar a certificação de terceira parte.”

Fonte: site da Conferência
(Para melhor vizualização, clique na imagem)

Aqui eu gostaria de chamar a atenção do o leitor para que observe a posição da América Latina comparada com a da Europa e da Ásia e tire suas conclusões.
A seguir Cor mostrou quais são os escopos já disponíveis para a FSSC 2200, claro que desde que se implemente a ISO 22000 junto com uma “ISO 22002-X“, conforme tabela a seguir:

Fonte: site da Conferência

(Para melhor vizualização, clique na imagem)
Cor informou que a International Organization for Standardization está muito envolvida com o desenvolvimento das normas ISO para segurança de alimentos, enumerando as normas já em vigor: ISO/TS 22002-1: PPR para a fabricação de Alimentos, ISO/TS 22002-2: PPR para catering e a ISO/TS 22002-3: PPR para a agricultura, ISO 22003 Requisitos para auditorias ISO 22000, ISO 2204 Diretrizes para a ISO 22000 e ISO 22005 – Rastreabilidade, citando a seguir as que estão em desenvolvimento: as normas ISO/TS 22002-4 para embalagem e a ISO/TS 22002-5 para armazenagem e transporte.
Cor também relatou as possíveis futuras extensões da FSSC 22000 para:
• Produção primária (ISO / TS 22002-3)
Catering / Restaurantes (ISO / TS 22002-2)
• Varejo / supermercados (PAS 221)
• Armazenamento/ transporte (ainda sem número definido).
Finalizou ele sua apresentação afirmando que o que torna o FSSC 22000 diferente, segundo Cor é “o esquema com certificação do sistema de gestão, direção por um Conselho de Stakeholders, propriedade da fundação sem fins lucrativos, transparência e integridade. As auditorias também tornam o FSSC 22000 diferente, pois há foco no processo, auditorias com foco em análise de perigos, PPR (Programa de Pré Requisito), PPRO (Programa de Pré Requisito Operacional), PCC (ponto Crítico de Controle), gestão de elementos do sistema, garantia da cadeia de suprimentos e melhoria contínua.

Cor Groenveld, Fundação para a Certificação de Segurança de Alimentos, Holanda
Fonte: site da LRQA

Aqui vai um comentário meu: as normas declaradas como equivalentes pelo GFSI não têm diferenças significativas no “núcleo da segurança, até porque se tivessem, não poderiam ser equivalentes”. E é claro que cada “proprietário” de norma “puxa a sardinha para seu lado”.
Eu era muito mais fã da norma ISO 22000, até porque minha tese de doutoramento foi um case de implementação desta norma, mas hoje em dia, se a decisão fosse minha, eu não sei se escolheria esta norma, enquanto o conceito de PPRO não for melhor definido, o que sugeri várias vezes na CEET da ABNT quando o Brasil acompanhou o desenvolvimento desta norma como mero membro observador.
Observo que hoje há enorme confusão de entendimento do que é PPRO no mercado, e o pior é que há auditores de algumas certificadoras querendo interferir na metodologia adotada pelas empresa, o que jamais deve um auditor fazer: tem sido comum ver auditor exigir que o raciocínio lógico para demonstrar a inclusão de todos os aspectos solicitados no item 7.4 (análise de perigos) seja necessariamente via árvore decisória, chegando alguns até a solicitar modelos de árvores semelhantes aos adotados por eles em suas atividades de consultoria. Isso faz com que as árvores, que já são “confusórias” de per si, fiquem ainda mais “confusórias”. E o pior é que a ISO 22000 nem árvore decisória pede…
Por essas e por outras, fico cada vez mais fã da norma IFS e da BRC, pois em ambas o PPRO pode ser chamado de PCC e ponto final. Ou pode ser um ponto de controle que deve ser monitorado, verificado e validado, e cujo desvio resulta em produto potencialmente seguro. Resultado? O mesmo que o tal PPRO.

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Gallo Glass com sucesso rumo à FSSC 22000

Sukhveer Sandhu, Gerente de Qualidade e Desenvolvimento de Novos Produtos da Gallo Glass, Estados Unidos, mostrou como foi o processo de implementação da ISO 22000 na empresa.
A Galo Glass Company é uma empresa familiar e uma das maiores fábricas de frascos de vidro nos Estados Unidos.
Após mostrar uma breve história do vidro, Sukhveer contou um pouco da história da qualidade da Gallo Glass. Em 2002, foi implantada a ISO 9001, em 2004 a ISO 14001 e em 2012 conseguiram a certificação na ISO 22000.
Sukhveer falou sobre as vantagens observadas com a implementação da norma ISO 22000:
a empresa incorporou uma abordagem mais abrangente e sistemática, com base na identificação e avaliação de risco segurança de alimentos, implementando uma série de medidas de controle eficazes, que agregaram valor para a organização e para os clientes.

Sukhveer Sandhu, da Gallo Glass, EUA
Fonte: site da Conferência
Relatou ele que o processo de implantação da ISO 22000 começou com a conscientização da equipe de segurança de alimentos, que teve de se empenhar em conseguir uma mudança de cultura, harmonizando as perspectivas de segurança dos consumidores com a satisfação do cliente. Depois implementaram as auditorias e, por fim, conquistaram a certificação.
Para finalizar sua apresentação, o representante da Gallo Glass anunciou publicamente que a próxima meta é a implementação das Norma PAS 223, para que a empresa consiga se certificar no esquema GFSI FSSC 22000.

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Ritmo mais lento

Antes de publicar o próximo post, gostaria de apresentar minhas desculpas aos leitores e dar uma satisfação sobre a razão do ritmo mais lento nas últimas semanas.
Como este é um trabalho voluntário que faço em prol da divulgação das informações para atualização dos colegas que não puderam estar presentes no evento, quando o volume e as viagens de trabalho aumentam, como foi o caso, sou obrigada a reduzir o tempo dedicado ao blog.
Informo que apesar de mais lentamente, não encerrarei os posts de 2013 enquanto eu não relatar até a última apresentação a que assisti.
Fique ligado! Mas para facilitar, e para não frustrar aqueles/as que entram no blogbuscando novos posts, vou sempre mandar comunicado  e anunciar no facebook da Food Design quando houver alguns posts novos no ar, como aliás os leitores devem ter percebido que já venho fazendo.
Até o próximo post!






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Gerenciando o risco em embalagens de carnes

Fernando Villasante, Técnico e Gerente da Qualidade da Martínez Loriente, da Espanha, falou sobre a gestão de riscos de segurança de alimentos em carne fresca embalada.
A Martínez Loriente é uma das empresas líderes na indústria da carne na Espanha, especializada na produção de produtos frescos e processados de carne. A empresa nasceu em 2002 a partir da união de três empresas: Enchidos Martinez, Incarlopsa e Mercadona. Abaixo você encontra alguns números sobre resultados da empresa em 2012.

Fonte: site da Conferência
(Para melhor vizualização, clique na imagem)

Como plano de fundo, em 1999 a Mercadona tinha um modelo de comercialização de carne fundamentado na venda de bandejas individuas sem atmosfera modificada, com prazo de validade de cinco dias e açougues no ponto de venda. Mas existiam dificuldades: na segurança dos  alimentos, e também com a qualidade, especialmente quanto à uniformidade do produto.
Para fazer face a esse cenário, a Martínez Loriente tomou a decisão de implementar um sistema mais robusto de qualidade e segurança de alimentos e de centralizar a produção.
A partir deste ponto, Fernando, de forma muito transparente, passou a detalhar todas as melhorias implementadas: padronizaram os métodos de trabalho, com ênfase no monitoramento dos padrões de manipulação; intensificaram os controles microbiológicos das matérias-primas e dos produtos finais, incorporaram ITS (Information Technologies Solutions), ou seja, soluções de tecnologia da informação) e introduziram bandejas individuais com atmosfera modificada protetora.


Fernando Villasante, Martínez Loriente, da Espanha
Fonte: site da Conferência

Esta operação começou em 2002, em uma unidade localizada no município de Cheste. Fernando relatou que a maior dificuldade encontrada foi na implementação de ITS e que houve grande investimento para  rapidamente treinar e capacitar um grande número de pessoas. A partir deste piloto, o sistema foi implementado em diferentes plantas de abate de bovinos, sendo introduzidas melhorias significativas na qualidade e na segurança de alimentos, adotando as boas práticas em toda a cadeia produtiva, e começaram a usar ácidos orgânicos na lavagem das carcaças. Aqui faço um comentário: no Brasil o uso de ácidos orgânicos na lavagem das carcaças não é permitido.
Em 2008 iniciaram operação de abate em uma planta própria na cidade de Buñol, com o objetivo de introduzir melhorias de qualidade e de segurança de alimentos.

Fonte: site da Conferência
(Para melhor vizualização, clique na imagem)

Fernando enfatizou os três pilares da operação de melhoria:
– fornecedores de matérias primas
– R+D+i  (P&D + atividades de inovação)
– processos
Quanto a fornecedores dematérias primas, Fernando mostra o caminho a ser seguido: “é importante que a empresa de fato conheça os sistema de gestão da segurança de seus fornecedores, que tenha procedimentos de aprovação e planos de controle de perigos químicos e microbiológicos apropriados. As ações nos fornecedores de animais (bovinos, suínos, ovinos e aves) incluíram relação baseada em especificação e contrato de fornecimento, auditorias nas fazendas com equipe própria ou terceirizada, exigência de certificação em normas IFS ou BRC, aprovação baseada em estudos microbiológicos do produto vendido e planos de controle de resíduos químicos tanto na criação”. O plano de controle de resíduos químicos adotado incluiu: substâncias não permitidas, como hormônios, beta-agonistas etc, antibióticos, drogas veterinárias e poluentes ambientais.
As análises são feitas nas rações dos animais, na água e na carne resultante.
Quanto ao R+D+i, com o objetivo de manter ao máximo as características do produto e estender o prazo de validade, a empresa deu especial atenção à embalagem de uma forma sistêmica. Foram estudadas interações dos produtos com os materiais de embalagens (tanto bandejas como filme plástico) perante diferentes condições de armazenamento. Foram estudadas embalagens com atmosfera protetora (MAP), constituídas de bandejas de materiais poliméricos (PP, PET, poliestireno) mais material de barreira (EVOH) e embalagem individual a vácuo. Além da interação produto e embalagem, várias outras variáveis foram também estudadas: estabilidade da cor de carne em diferentes condições de armazenamento; uso de nanotecnologia para otimizar barreira contra UV; impacto de diferentes tipos de iluminação; uso de embalagens ativas incorporando o uso de antioxidantes naturais adicionados ao filme; adequação do volume de gás para a quantidade e tipo de produto; vedação e combinação de sistemas de embalagem a vácuo e atmosfera modificada.
Ao nível do processo, a Martínez Loriente adotou o controle preventivo da segurança de alimentos através do sistema HACCP, com desdobramentos em GMP de instalações para evitar contaminação cruzada tais como garantir fluxo do ar da área limpa para a suja, espaçamento  maior entre as estações de trabalho na linha de abate; incorporação de RX para detectar não só metal, mas também fragmentos de ossos, e também equipamento eletrônico para detecção de falhas na selagem. Para garantia da rastreabilidade, caixas plásticas usadas durante o processo foram identificadas com chips e os produtos finais passaram ser identificados com rótulos com códigos 2D.
Gostaria de fazer alguns comentários finais: achei bem bacana a transparência da Martínez Loriente, que mostrou com detalhes todo o caminho adotado na evolução de seu sistema da qualidade e de segurança de alimentos, especialmente o trabalho de R+D+i quanto ao “sistema de embalagem”, mostrando com muita propriedade que há que se considerar todo o sistema envolvido, e não somente o produto e a embalagem.
Outro ponto que me deixou bem satisfeita, foi ver que a parceria Food Design + Safe Trace têm competência para apoiar as empresas em soluções equivalentes à adotada pela Martínez Loriente para a garantia da rastreabilidade.


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Tecnologia por trás da embalagem

Helene Roberts, Diretora Executiva da Sealed Air para Varejo da Europa, proferiu palestra sobre alguns mitos em torno das embalagens, principalmente quanto à  sustentabilidade e como a embalagem pode reduzir os riscos microbianos e agir como um facilitador do desenvolvimento sustentável. A Sealed Air é um grande grupo de empresas, com sede nos EUA, que reúne dentre outras, a Cryovac e a Diversey.
Além da sua principal função, que é a proteção e armazenamento do produto, é sabido que a embalagem pode servir como uma característica de uma marca, criando uma identidade e podendo até ser uma solução de merchandising.
Conforme Helene: “é preciso ser cauteloso ao criar embalagens, pois a mesma pode tornar-se o “calcanhar de Aquiles” do produto, ou seja, seu ponto fraco: ao mesmo tempo que a embalagem pode melhorar o desperdício de alimentos, o seu excesso pode prejudicar o meio ambiente, criando um desperdício e muita poluição”. 


Helene Roberts, Sealed Air, Reino Unido
Fonte: site da Conferência
Helene alertou que como o consumidor tem sempre expectativas em relação ao produto (segurança, qualidade e sustentabilidade), para atender essa expectativa é preciso cuidar dos aspectos de microbiologia, validade, sustentabilidade e da segurança do produto. Para garantir que as expectativas sejam alcançadas, os produtores devem trabalhar com enfoque em toda a cadeia produtiva de alimentos, e não pensando somente em cada parte isolada. A forma como o produto é embalado tem grande impacto no tempo de vida do produto, especialmente dos perecíveis, com vários fatores afetando sua validade.
Ela citou como exemplo o peixe fresco embalado em MAP (Modified Atmosphere Packaging), ou seja, embalagem com atmosfera modificada à vácuo. Alguns fatores que afetam a validade do peixe e a embalagem MAP são: a espécie do peixe, o teor de gordura, a carga bacteriana inicial, a mistura de gases, relação gás/produto, qualidade da matéria-prima, controles de temperatura e quão higiênico é o seu processamento. Conhecendo os fatores que afetam a validade, já se pode deduzir qual é o conjunto de “ferramentas” importantes para a fabricação de um produto: bom controle de matérias-primas, bom processo de fabricação, boa higiene e embalagem eficaz. A embalagem portanto faz parte desse conjunto de ferramentas, “mas não basta cuidar apenas da embalagem e esquecer os outros aspectos da produção, é claro”, alertou ela.
Outro exemplo apresentado pela palestrante foi do uso de embalagem Cryovac para aves e seu impacto sobre contaminação por bactéria Campylobacter.                 

     


Fonte: site da Conferência

Fonte: site da Conferência



A tecnologia presente nesta embalagem com tecnologia de resina metaloceno em filme BDF (Barrier Display Film) permite ter uma embalagem mais segura, com os seguintes benefícios: é à prova de vazamento por ser hermeticamente fechada, proporciona maior controle da atmosfera e barreira que permite o aumento da vida de prateleira do produto, garante a não contaminação cruzada na distribuição, na prateleira de varejo e na casa do consumidor. Permite ainda maior automatização e menor manipulação, e para o meio ambiente, proporciona redução de resíduos de 7% a 2,5% em média.
Outro exemplo citado foi o da carne embalada à vácuo. Em estudo comparativo realizado  em parceria com a ASDA (grande rede varejista, com sede em no Reino Unido), ABP (uma das maiores processadoras de alimentos de propriedade privada da Europa, com sede na Irlanda) e a própria Sealed Air, foram analisados três diferentes sistemas: MAP, VSP (vacuum skin pack), VSP – Perm (vacuum skin pack permeable).
Os benefícios principais desses três tipos de embalagem foram semelhantes aos das aves embaladas à vácuo:
• Melhor controle do produto e da qualidade dos alimentos
• Oportunidade para estender a vida de prateleira do produto
• Melhor gestão de resíduos (redução de resíduos de 4,5% para 2,5%).
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FSMA reforça a prevenção

O Food Safety Modernization Act – FSMA, assinado por Barack Obama em 4 de janeiro de 2011 estabeleceu a reforma mais radical dos últimos tempos para a segurança de alimentos nos Estados Unidos. Essa lei dá ao FDA novos mandatos e autoridade para proteger os consumidores e promover a saúde pública, sendo sua “pedra fundamental” a necessária mudança do enfoque “só inspeção” para o enfoque PREVENÇÃO. Isso, claro, sem deixar de lado as necessárias inspeções.
Obama assinando a lei FSMA

Foi justamente sobre o FSMA a palestra proferida por David Theno, que assisti ao final do segundo dia. Ele é o Vice Presidente de Segurança de Alimentos e Tecnologia da United Fresh Produce Association, Estados Unidos.

David Theno, United Fresh Produce Association, Estados Unidos

Antes de sua publicação, muitos surtos de doenças veiculadas por alimentos envolvendo patógenos já vinham pressionando a opinião pública. Um desses casos é o do menino Kevin, falecido em 2001 por infecção causada por E.coli O157:H7, que resultou na chamada “Kevin’s Law” (Meat and Poultry Pathogen Reduction and Enforcement Act of 2003).
David relatou que mais recentemente 72 surtos relacionados a produtos frescos, como tomate, alface, espinafre, dentre outros, geraram uma forte comoção pública, levando o FDA a criar a lei FSMA. Veja no clippingabaixo um artigo que saiu no New York Times sobre o surto de Salmonella em tomate (2008), onde consta uma acusação veemente de que “o FDA teria falhado em seus objetivos de proteger o suprimento de alimentos”.

Fonte: Site da Conferência

No caso de matérias-primas agrícolas, a lei aplica-se a frutas e legumes, cogumelos, nozes, brotos, bem como a misturas de frutas e vegetais, sendo válida tanto para produtos nacionais como importados, referindo-se somente às partes comestíveis, incluindo casca, mas não o restante da planta. Não se aplica a uma extensa lista dos “raramente consumidos crus” e nem a produtos que são processados (deve haver registro do responsável pelo processamento).
David explicou que o FSMA está em processo de regulamentação, e que essa regulamentação prevê pelo menos cinco aspectos considerados fundamentais: segurança do produto, controles preventivos para a alimentação humana, controles preventivos para a alimentação animal, verificação de fornecedores de produtos importados, acreditação de terceira parte. Segundo ele, “ainda há muito mais por vir, uma vez que a regulamentação está apenas começando.
Desde 16 de janeiro até 16 de maio de 2013 a proposta inicial de regulamentação está em consulta pública, sendo esta data sujeita a prorrogação. A publicação da regulamentação final pelo FDA está prevista para sair entre 2013 e 2014. O ano de 2016 será, provavelmente, o primeiro ano a partir do qual será efetivamente exigida sua aplicação, havendo entretanto escalonamento para empresas pequenas e para muito pequenas.
Voltando ao assunto de matérias primas agrícolas, David relatou que existem muitas normas sobre GAPs – Good Agricultural Practices nos Estados Unidos, mas que muitos esforços devem ser feitos com o objetivo de harmonizar as diferentes normas existentes, a fim de que estes GAPs sejam usados por todos os sistemas de auditorias, – como por exemplo, GlobalGAP, SQF, USDA.

Fonte: Site da Conferência
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Nós técnicos do mundo da gestão da segurança de alimentos já sabemos há muito tempo que o enfoque de inspeção sem o necessário enfoque em prevenção tem pouca valia. E é justamente por isso que o mundo de fato preocupado “cá fora” com a segurança dos consumidores, mais do que a “segurança dos alimentos” vem exigindo as tais certificações em gestão de segurança de alimentos.
Como “operária” da segurança de alimentos desde que comecei a trabalhar com HACCP lá pelos idos 1980, confesso que fico até surpresa que somente agora é que “as fichas estão caindo para as autoridades de lá dos USA”.
E fico a me perguntar: quando será que vai cair a ficha do “lado mais cá abaixo do Equador?
Só falta agora também que as autoridades financeiras de algumas empresas entendam que o enfoque tem de ser de fato técnico-científico, baseado em séria e profunda avaliação de risco, e não se iludir com o enfoque do tipo “o que importa é o certificado pregado na parede”, e de preferência pelo valor mais baratinho…

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Um vídeo da 3M para “Food Safety lovers”

A 3M, tem sido sempre um dos grandes patrocinadores das Conferências do GFSI. Neste ano consegui permissão da 3M para divulgar um dos vídeos, que tenho certeza de que os apaixonados pelo assunto de segurança de alimentos vão adorar, apesar de ser muito triste, pois traça uma retrospectiva histórica “dando a cara” de alguns personagens importantes desta trajetória.
O trecho que mais me impressionou foi a expressão de amargura do David Theno, ex-Vice Presidente de Segurança de Alimentos do Jack in the Box, com fotos de duas das quatro crianças que morreram no fatídico episódio da E.coli O157:H7 em 1993.
Após perder milhões de dólares e quase falir, a empresa contratou David para implementar – nada mais nada menos – do que nosso famoso sistema APPCC/HACCP! O sistema de seleção, monitoramento e verificação de fornecedores foi reforçado, os processos produtivos e de manipulação foram avaliados, e medidas de controle foram tomadas, algumas tão simples como passar a higienizar as pinças para pegar os hambúrgueres. Além dos aspectos técnicos, acertadamente David tinha também o objetivo de criar uma forte cultura de higiene na organização, sem o que seus esforços de nada teriam adiantado. 

David Teno, ex-Vice Presidente de Segurança de Alimentos do Jack in the Box, USA


Fotos de crianças vitimadas pelo episódio de E. Coli do Jack in the Box, em 1993, USA

O vídeo só está disponível em inglês. Para quem ainda não está fluente nesta ainda universal língua, é uma boa oportunidade para se animar a aprender um pouco mais. (Disse “ainda”,  porque no futuro talvez este papel seja ocupado pelo mandarim, que comecei a aprender no ano passado, mas devido às inúmeras viagens virou um tapete de Penélope: eu aprendia os cinco tons de cada vogal, e a cada viagem desaprendia e voltava para trás…. Só volto a estudar mandarim quando tiver uma posição menos “viajeira”).

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Exemplo de parceria público–privada na Malásia

Mais uma vez tive que fazer uma “pausa momentânea”, nem tão momentânea assim, pois acabei ficando “fora do ar” desde 11 de abril. Mas penso que os leitores entendem que o blog é uma atividade paralela ao trabalho da Food Design, que por vezes é muito intenso e que não pode parar.
Dando continuidade aos exemplos sobre iniciativas de implementação de sistemas de gestão da segurança de alimentos com base no Programa Global Markets do GFSI, vou apresentar os cases da Malásia, apresentados por Cenk Gurol, Presidente da AEON, Japão, por Ali Badarneh, Diretor de Desenvolvimento Industrial da UNIDO – United Nations Industrial Development Organization, Áustria, e por Siti Noorbaiyah Abdul Malek, CEO da UNIPEQ, Malásia. (Os nomes que soam tão diferentes para nós, que sequer dá para saber se são masculinos ou femininos, mas vendo as fotos você vai identificar).
Cenk Gurol apresentou a empresa AEON, sede no Japão, que é o maior varejista na Ásia, com 15.008 lojas e 222 shoppings, uma receita de vendas de 65 milhões de dólares, além de ter 29.760 milhões de membros do cartão de crédito AEON, uma potência! O grupo possui empresas que vão desde lojas de conveniência chamadas “Ministop” até supermercados em shopping centers.
Abaixo seguem dados da Malásia para contextualizar o cenário daquele país:

Fonte: Site da Conferência
Na Malásia a AEON é o segundo grupo varejista e tem planos de abrir 100 lojas até 2020.
Cenk contou que a AEON e a UNIDO estabeleceram uma parceria público-privada, firmando um modelo de infraestrutura neutra e sustentável sustentada para os países da ASEAN – Associação de Nações do Sudeste Asiático e que foi criado o programa chamado SSDP – Sustainable Supplier Development Programme, que tem como objetivos permitir que fornecedores de países em desenvolvimento tenham acesso a novas e rentáveis oportunidades de mercado, estabelecendo vínculos duradouros com potenciais compradores e aumentando a disponibilidade de produtos sustentáveis e seguros, o que gera novos empregos e oportunidades de renda em países em desenvolvimento. Cenk fez uma interessante exposição comentando que: “o maior desafio foi harmonizar a relação entre a segurança de alimentos e a responsabilidade social, para atender ao objetivo de melhorar a sustentabilidade do ponto de vista social, ético e ambiental. O projeto foi iniciado em 2013 e deve durar até fevereiro de 2014.
A seguir Ali Badarneh discorreu sobre a UNIDO: uma agência especializada pertencente às Nações Unidas, cujo mandato é promover e acelerar o desenvolvimento industrial sustentável em países em desenvolvimento e economias em transição, bem como trabalhar para melhorar as condições de vida nos países mais pobres do mundo. Foi criada em 1966 e tem 173 Estados-Membros. Para saber mais da UNIDO, clique aqui. Ali explicou que a UNIDO é um membro do Comitê do Global Market do GFSI desde 2009, quando fez um projeto piloto no Egito, iniciando com o nível básico do Protocolo Global Markets do GFSI, que evoluiu para o nível intermediário em 2010. Com base nesta experiência, é que a UNIDO estabeleceu a mencionada parceria com a AEON.

Ali Badarneh, UNIDO, Áustria
Autor foto: Ellen Lopes

Ali explicou que o programa prevê uma fase piloto com 25 fornecedores, seguida da fase de de roll-out com 100 fornecedores e mostrou os stakeholders que se uniram para viabilizar o projeto.

Fonte: Site da Conferência
Siti N. Abdul Malek, Phd, da UNIPEQ, Malásia finalizou o painel explicando que a empresa UNIPEQ foi integrada em 2009 à Universidade Kebangsaa, e é especializada em fornecimento de serviços de qualidade e segurança de alimentos, reconhecida tanto por agências governamentais como pelo segmento privado.


Siti Malek, UNIPEQ, Malásia

Autor foto: Ellen Lopes
A UNIPEQ foi identificada como um interlocutor privilegiado, de fundamental importância para facilitar a integração com a cultura e hábitos locais, responsável por adaptar e desdobrar os treinamentos conforme o nível de conhecimento dos multiplicadores. Um exemplo de adaptação mencionado por Siti, são os requisitos Halal, que ganham cada vez mais força no mundo, na medida em que populações muçulmanas crescem em todo o mundo, conforme mostrou ela no slide abaixo.

 
Fonte: Site da Conferência
Com este post eu encerro a série dos cases de implementação do Programa Global Markets do GFSI.

Não saia do ar, seja como um bom brasileiro “que não desiste nunca”, pois antes de ir para o jantar do segundo dia, falta ainda, por mais incrível que pareça, mais um painel a que assisti durante as seções tipo “break-out sessions”. Até breve!



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