SÉRIE IRSFD – MELIPONICULTURA – Conheça a meliponicultura

O Royal Geographical Society de Londres declarou as abelhas como os seres vivos mais importantes do planeta, porém, é importante ressaltar que esse título não é unicamente da Apis melífera. Embora ela seja a espécie mais conhecida ela não é a única que realiza a polinização, muito menos é a única que produz mel e própolis.

Normalmente associamos abelhas com aquelas com ferrão listradinhas e que vivem em colmeia, elas representam apenas uma espécie dentre várias das abelhas, algumas delas tem diferenças como tamanho, cor e nem sequer vivem em colmeia. Um grupo de destaque são as abelhas sem ferrão, elas são da tribo Meliponini, com várias espécies sendo nativas do Brasil, como por exemplo a Jataí (Tetragonisca angustula) que são abelhas relativamente urbanizadas, com um tamanho bem menor que a maioria das abelhas, tendo cerca de apenas 4-5mm.

A meliponicultura se diferencia da apicultura ao trabalhar com espécies de abelha sem ferrão, o que não apenas traz uma diversidade para o mel, própolis e cera coletados, como também auxilia a preservação de espécies nativas do Brasil.

As abelhas da espécie Apis melífera não são nativas do Brasil, foram introduzidas em nosso ecossistema em 1839 por um padre chamado Antônio Carneiro, com a finalidade de servir à família real e para a fabricação de ceras para cerimônias religiosas. Desde então houveram mudanças no comportamento dessas abelhas, incluindo acasalamentos que levaram a uma maior agressividade e consequentemente maior dificuldade no manejo. Levando isso em conta, elas são uma espécie invasora, e sua criação em demasia cria competição com varias espécies nativas do Brasil, inclusive abelhas sem ferrão além de exigir vários equipamentos específicos como roupas de apicultura e borrifadores.

Desse modo, ao atuar na Meliponicultura, as vantagens vão além do retorno financeiro como uma maior preservação de espécies nativas do país e um manejo sem preocupação com ferroadas. Já existem várias caixas de manejo para se trabalhar com abelhas sem ferrão, podendo algumas espécies serem criadas até em apartamentos.

Portanto se estiver interessado em ajudar o planeta e espécies nativas, considere explorar a meliponicultura.  Existem vários tutoriais na internet que podem contribuir com a melhor compreensão sobre como criar essas abelhas, por exemplo os do grupo SOS Abelha sem ferrão.

Autor: Gustavo Serec – Marketing IRSFD

Cursando Biotecnologia na Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH/USP.

Referências:Grüter, Christoph (2020). Stingless Bees: Their Behaviour, Ecology and Evolution. [S.l.]: Springer New York. ISBN 978-3-030-60089-1. doi:10.1007/978-3-030-60090-7

MAIA, M.U. Diagnóstico da Meliponicultura no Estado do Rio Grande do Norte. Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA.  Mossoró, 2013.Wittmann, D. (Janeiro de 1985). «Aerial defense of the nest by workers of the stingless bee Trigona (Tetragonisca) angustula (Latreille) (Hymenoptera: Apidae)». Behavioral Ecology and Sociobiology. 16 (2): 111–114. doi:10.1007/BF00295143

Própolis e geoprópolis: uma herança das abelhas / José Maurício Sforcin et al. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2017.

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