𝐎 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐞𝐫𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐧𝐚 𝐥𝐮𝐭𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚𝐜𝐚𝐛𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐟𝐨𝐦𝐞?

𝐓𝐄𝐃 𝐖𝐨𝐦𝐚𝐧 𝟐𝟎𝟏𝟗, 𝐉𝐚𝐬𝐦𝐢𝐧𝐞 𝐂𝐫𝐨𝐰𝐞

Diariamente, temos visualizado as atitudes que temos plantado e regado não criarem raízes fortes ao que diz respeito a luta para acabar com a fome global. É importante pensar novas abordagens para tratar a insegurança alimentar e como a tecnologia está ao nosso favor para colher os resultados significativos.

Sem querer fazer uma contraposição aos trabalhos voluntários de doação de alimentos para ajudar a combater a fome, é de suma importância lembrar, além de colocar em primeiro lugar, qual a qualidade do alimento que está sendo ofertado. A doação está sendo uma esmola em formato de comida ou uma mesa de banquete? Alguns alimentos doados em campanhas muitas vezes não servem de refeição de fato e não carregam os nutrientes necessários.

A dignidade da refeição deve ir além de uma caridade que acaricia o ego. Existem bancos de alimentos, empresas que possuem agendas filantrópicas, mas a fome continua existindo. Existem projetos voluntários que aquecem o coração, mas não suprem necessidades básicas da saúde do ser humano. Todos (Muitas pessoas) vem pensando em como solucionar a questão da fome, mas a problemática não tem mudado para o bem. Logo, estamos pensando errado.

O ciclo de dependência passou a existir entre aqueles que passam fome e o banco de alimentos que não possuem nutrientes e não conseguem suprir toda a demanda. Com todas as inciativas, ainda assim, cerca de 800 milhões de pessoas, 1 em cada 9 indivíduos, passam fome, em nível global.

Já do outro lado da moeda, há uma abundância de alimentos, que acabam gerando um grande excedente: os desperdícios. Ao ano, 36 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados. Aproximadamente 27% desse remanescente vai para aterros sanitários.

As perdas podem ser ocasionadas pela má gestão e administração da qualidade e segurança dos alimentos, desde sua cadeia produtiva até seu armazenamento, uma vez que há ações de micro-organismos e danos químicos ou mecânicos que poderiam ser prevenidos com o emprego das Boas Práticas de Fabricação. Segundo a FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, mais de 30% da produção de alimentos é desperdiçada a cada ano, com destaque para as fases de pós-colheita e vendas no varejo.

É notável a grande desigualdade social que existe no mundo quando colocamos o parâmetro da alimentação para entender questões coletivas. O contraste entre pessoas que precisam de alimento e as que tem muito e jogam fora.

Jasmine então, em 2017, criou um aplicativo que faz um inventario de tudo que uma empresa cadastrada adquire, e o que seria sobra passa a ser transformado em doações.

Dessa maneira, de muitos jeitos a economia local acaba se movimentando. Além da redução do desperdício por parte das companhias, elas também acabam economizando dólares (na casa dos milhões). Aqueles que trabalham como motoristas também são contratados, com a tarefa de recolher os alimentos e entregar para as famílias ou entidades que ficam responsáveis por esta distribuição.

Esse projeto desvia os alimentos que iriam para aterros sanitários para as mesas de pessoas que precisam, alimenta mais e desperdiça menos. Com todo esse trabalho, cerca de 1,7 milhões de refeições saudáveis, não apenas comida, alcançam aqueles que carecem.

Essa ideia é um tipo de inovação, empreendedorismo social, que de fato modifica questões debatidas há tempos sem um resultado significativo, e assim prova como a tecnologia está a nosso serviço e a disposição para transformações.

“Portanto, se queremos ter a certeza de que não vivemos em uma nação onde alimentos bons vão para o lixo quando nossos semelhantes não têm o que comer, precisamos mudar as leis. Precisamos introduzir novas políticas e, principalmente, precisamos mudar nossas opiniões e ações. Distribuir alimentos é bom. Bancos de alimentos atendem às necessidades. Mas a realidade é que distribuir alimentos não resolve a fome. E, se formos inteligentes para entender o que está bem diante de nós, podemos fazer muito mais do que dar uma caixa de macarrão enriquecido com legumes em forma de super-herói e 4L de molho de churrasco para uma família se alimentar. Em vez disso, podemos devolver sua dignidade. Talvez possamos aumentar a frequência nas escolas. Podemos melhorar os resultados de saúde para milhões. E, principalmente, podemos reduzir o desperdícios de alimento nos aterros, criando um ambiente melhor para todos nós. O que mais adoro é que podemos nos sentir bem enquanto fazemos isso. Se resolvermos a fome, não temos nada a perder e tudo a ganhar. Então, vamos agir.” – Jasmine Crowe, TEDWomen 2019

Fonte: TED Woman 2019, Jasmine Crowe

Site:

Dados estatísticos de desperdício de alimentos. Disponível em: <http://www.fao.org/brasil/pt/>

Autor: Beatriz Vilela Bortoni, Comunicação IRSFD

Mini CV: Graduanda em Relações Internacionais na PUC Minas – Poços de Caldas, estagiária em comunicação.

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