Cultura de Segurança de Alimentos

Ryk Lues, Professor de Segurança de Alimentos, da Faculdade de Saúde e Ciências Ambientais da Universidade Central de Tecnologia, África do Sul, apresentou um exemplo de Cultura de Segurança de Alimentos.


Ryk Lues,  Faculdade de Saúde e Ciências Ambientais da Universidade Central de Tecnologia, África do Sul.

Segundo Lues “Garantir a segurança de alimentos … além de inspeções regulatórias, testes e treinamento … requer uma melhor compreensão da cultura organizacional e as dimensões humanas … “, ou seja, uma compreensão de dimensões humanas e cultura organizacional que garante a segurança de alimentos, além estabelecer regras para inspeções, testes, acompanhamento e formação.

Foi feito um paralelo entre comportamento de segurança de alimentos, tanto em casa quanto no trabalho e apresentado alguns dos riscos nos diferentes papeis, como por exemplo:

1) Consumidores: maioria dos riscos associados ao ambiente doméstico com comportamentos de risco, tais como falta de conhecimento sobre a composição do produto, animais domésticos dentro da cozinha, armazenamento de carne na parte superior da geladeira, uso da mesma tábua de cortar, armazenar alimentos além do prazo de consumo indicado, não lavar as mãos, multiuso de pano/esponja/toalha e aplicação de temperatura insuficiente.

2) Manipuladores: riscos associados à tocar boca com as mãos, usando a mesma toalha para limpar diferentes localidades, enxugando as mãos no rosto ou roupas durante o trabalho.

3) Gestores: ausência de competências de liderança, ou seja, motivação, competência e visão, falta de propriedade sobre a cultura institucional e sobrevivência econômica, às vezes, falta de conhecimento, habilidades e motivação, visão de uma cultura onde se emprega o “eles” ao invés de “nós e ter a sistemática de segurança de alimentos dirigida de forma reativa ao invés de pró-ativa.

Pode-se entender a cultura como ” Um grupo de pessoas guiadas em seus comportamentos por sua crença em conjunto a importância da segurança e da sua compreensão partilhada que cada membro voluntariamente defende normas de segurança e vai apoiar outros membros para esse fim comum”. “Cultura de Segurança é: atitudes, valores, normas e crenças que um determinado grupo de pessoas compartilham no que diz respeito ao risco e segurança”. Ela depende do envolvimento de todos, conforme mostra a figura abaixo.

Fonte: slide da conferência
Apoio de redação: Pablo Laube
Apoio de publicação: Thaís Ferreira
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Responsabilidade Mútua

Tim Ahn, Diretor Global de Qualidade e Segurança de Alimentos na Mars Chocolate, debateu sobre como construir confiança através da transparência e reforçando os laços Business to Business, neste caso com foco em ingredientes sensíveis.

Um negócio deve estar baseado em 5 Princípios: Qualidade, Responsabilidade, Mutualidade, Eficiência e Liberdade, conforme apresentado pelo próprio Tim.


A preocupação na cadeia vem devido a complexidade, embasada em  redes globais de fornecimento, vários elos envolvidos, dificuldade em rastrear, registros incompletos e pouca visibilidade para o usuário final.

Por isso, conforme reforçado por Tim, o fortalecimento dos vínculos de mutualidade se faz essencial, devendo alavancar relações e parcerias por todos os elos da cadeia de fornecimento, garantir a rastreabilidade como um resultado de transação, reforçar a segurança de alimentos e fazer o uso de auditorias em fornecedores como ferramenta para alimentar o sistema de gestão. Deve-se trazer a parceria estabelecida entre fornecedor – fabricante também para resolução de desafios.


Tim Ahn, Mars Chocolate, Estados Unidos


Um fornecedor pode ser responsável por fornecer um ingrediente produzido em equipamentos compartilhados com alérgenos alimentares e não incluídos na formulação do produto nem fazer menção na rotulagem, fornecer um produto com grande incidência de corpos estranhos ou até mesmo um produto com potencial de contaminação por patógenos por falhas nos controles ambientais.

Nos exemplos acima, você como cliente precisar considerar situações tais como: informação detalhada do produto e indicação de “pode ​​conter” na rotulagem ou especificação,  considerar um rigor maior na especificação do produto ou em outra situação garantir uma limpeza adicional ao receber, considerar laudos e testes microbiológicos de verificação ao receber, entre outras medidas a serem alinhadas com o fornecedor, garantindo uma responsabilidade mútua entre as partes.

Apoio de redação: Pablo Laube
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Gestão de alergênicos na cadeia de fornecimento

Em outro momento do evento, foi debatido novamente sobre a cadeia de fornecimento, mais especificamente sobre a inclusão da gestão de alergênicos para garantir a segurança na cadeia produtiva.

Nos Estados Unidos, de todos os recalls de produtos  que ocorreram no terceiro trimestre de 2013, 40% deles estavam relacionados com alérgenos,  que estão em ascensão. As alergias alimentares entre crianças aumentou cerca de 50% entre 1997 e 2011. Na União Europeia, internações hospitalares por alérgenos em crianças subiram sete vezes ao longo da última década.

Na apresentação conduzida por Evangelia Komitopoulou, Gerente Técnica Global da SGS, foi apresentado o resultado de uma pesquisa realizada entre outubro e novembro de 2013, 29% dos entrevistados declararam ausência de um sistema de gestão sobre os alergênicos em suas empresas.

No gráfico abaixo, podemos ver um comparativo de quais áreas possuem um plano de gestão sobre alergênicos.

Fonte: slide da conferência


Outros dados referentes a aprovação de fornecedores demonstram que no processo de aprovação: 42,0% Nosso processo de aprovação fornecedor inclui amostragem e ensaios 47,2% Fornecedor auditorias abrangem tanto a revisão de documentos quanto visita à fábrica e apenas 55,1% tem lista de fornecedores aprovados sendo revisada uma vez por ano.

É preciso estabelecer uma cadeia com responsabilidade compartilhada, onde estejam alinhadas as necessidades de forma a identificar e implementar as melhores práticas.

Apoio de redação: Pablo Laube
Apoio de publicação: Thaís Ferreira
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Supply Chain Practices – parte 2

Ainda no tema Supply chain, Jackie Healing, Gerente Geral de Qualidade, Fornecimento Responsável e Tecnologia na Coles, apresentou 100 anos de história da empresa varejista australiana em 5 minutos, como a mesma intitulou.

Jackie Healing, Coles, Austrália

O objetivo da empresa é dar às pessoas da Austrália uma loja na qual eles confiam, oferecendo qualidade, serviço e valor. Para isto, um plano de 5 anos foi estabelecido prevendo:
  • A construção de uma base sólida: criando uma equipe forte, mudando a cultura, mantendo padrões de forma a valorizar o cliente e a confiança, além de usar de forma eficiente os recursos.
  • Resultados consistentes: incorporando a nova cultura, melhorando atendimento ao cliente, melhoria da eficácia, ofertando alimentos frescos e entrega de valor.
  • Conduzindo as diferenças: melhoria contínua, estabelecendo confiança do cliente e lealdade, além de eficiência operacional com a oferta inovadora, novas lojas e novas categorias.
Jackie listou alguns dos desafios encontrados, tais como: falta de cultura de qualidade e compreensão e capacidade de base de fornecimento;  opções limitadas para abastecimento;  a falta de investimento através da cadeia, além de limitações em atendimento ao rigor dos requisitos regulatórios e no desenvolvimento humano ou tecnológico.

A evolução da cultura da qualidade entre 2008 e com andamento previsto até 2015, passou por três etapas, e está caminhando para a quarta etapa já, iniciando com um processo reativo (sem padrões ou políticas e sem orçamento para a segurança do produto), evoluindo para observância (com políticas, porém sem propriedade, algumas auditorias e segurança do produto ainda sendo interpretada como custo).

A terceira etapa consiste no comprometimento, com políticas vivas, comprometimento das principais partes envolvidas e que aos poucos vai se fundindo e evoluindo para  um valor inserido, na qual se observa um  compromisso empresarial completo e permanente e a segurança de alimentos vista como um valor fundamental, objetivo este que compartilho o desejo de ver sendo atingindo pelas empresas ao redor do mundo.

Para esta evolução da cultura, a Coles, por exemplo contou com auditorias de fornecedor com foco em Normas GFSI e requisitos próprios, de forma que esse processo acabou tendo reconhecimento internacional por ser realizado por organismos de certificação com escopo reconhecido internacionalmente e que mudou drasticamente os padrões da base de abastecimento.

Porém, algumas oportunidades de melhoria foram identificadas ao longo das auditorias com foco em Normas GFSI, tais como: melhorar competência do auditor, adequação do tempo de auditoria e não abrange necessidades específicas dos padrões da empresa o que torna não eficaz no tratamento de algumas questões-chave com fornecedores – por exemplo: rotulagem, pesos, corpos estranhos, entre outros.

Para cobrir esses gaps foram estabelecidos KPIs cobrindo os requisitos técnicos essenciais  como: reclamações, atributos de qualidade, certificação, competência técnica, visitas técnicas etc. Desta forma criando uma avaliação mais holística e consistente para garantir uma evolução e melhoria sólidas.

Apoio de redação: Pablo Laube
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Supply Chain Practices – parte 1

Peço desculpas por não ter mantido a frequência de publicações, mas com o aumento da demanda de trabalho acabei ficando alguns dias sem alimentar o blog. Porém retomo novamente as publicações até esgotarem todas as apresentações.

Peter Begg,  Diretor do Programa de Qualidade Global na Mondelez Internacional e membro do Board do GFSI, apresentou o ponto de vista de um fabricante na cadeia de fornecimento.

Peter Begg, Mondelez Internacional, Estados Unidos


Foi ressaltada a importância que a empresa dá à segurança de alimentos, onde a CEO, Irene Rosenfeld destaca em seu discurso “A confiança pode levar anos para construir, mas apenas um momento para destruir. É por isso que todos nós precisamos inspirar confiança todos os dias.”

As empresas devem assegurar que os consumidores e clientes possam confiar nos produtos que fabricam e fornecem a eles. Peter apresentou que asseguram essa confiança através de um programa de Segurança dos Alimentos abrangente que atende ou excede os requisitos regulamentares e garante a consistência mundialmente, além de realizarem anualmente uma análise comparativa para garantir a robustez do programa, incluindo auditorias de terceira parte (GFSI).

Peter reforçou que possuem uma abordagem Gestão Integrada da Qualidade, que se concentra em sistemas em todo Fatores chave na Cadeia de Suprimentos, conforme mostra a figura abaixo.

Fonte: slide da conferência

Peter referencia que possuem um pilar da qualidade para desenvolver e fornecer a capacidade sistemática para assegurar a cada etapa da cadeia de fornecimento uma produção zero defeitos de qualidade para os nossos clientes e consumidores, em  conformidade com todos os requisitos regulamentares e de empresas, eliminando perdas e incidentes relacionados à qualidade.

Para isso é fundamental contar com um programa de auditoria, o qual deve ser um processo aberto e interativo entre auditor e auditado, centrado nos riscos microbiológicos e de segurança de alimentos, medindo o cumprimento com Políticas de Qualidade e manuais, em toda a planta e departamentos para determinar a conformidade com os requisitos.

Apoio de redação: Pablo Laube
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Fortalecendo a cultura de segurança de alimentos no Japão


No segundo dia da conferência, na parte da tarde, Mika Yokota, Ministra da Agricultura, Florestas e Pescas, do Japão, palestrou sobre o fortalecimento da cultura de Segurança de alimentos no Japão.
A culinária tradicional japonesa é denominada como “Washoku” (和食), e é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.  As principais características do “Washoku” incluem utilizar criativamente ingredientes frescos, composição equilibrada, apresentação da beleza da natureza e as estações do ano e a conexão com os eventos anuais.
Mika explicou que o comportamento dos consumidores no Japão é caracterizado pela inspeção rigorosa contra contaminação, pacotes com design inovadores, que sejam fáceis de abrir e difíceis de quebrar e máquinas de descongelamento que mantenham boa qualidade.
Para garantir a segurança de alimentos no país, existe a Lei Básica de Segurança de Alimentos, a Lei Sanitária de Alimentos,  a Lei para Matadouros, o Controle dos Negócios de Abate de Aves,  a Lei de Inspeção de Aves, e outras leis relacionadas.

Ela mostrou que os funcionários são educados e treinados através da gestão 5S para a administração da higiene nas fábricas. Os efeitos da gestão 5S são: mudança de atitude dos funcionários, otimização do funcionamento, garantia da segurança dos trabalhadores e diminuição de mercadorias defeituosas.

Fonte: slide da conferência
A ministra também nos mostrou as iniciativas do governo japonês quanto a Cultura de Segurança de Alimentos. Existe o projeto FCP (Project Communications Food), que é um projeto de cooperação entre os operadores de empresas de alimentos, empresas relacionadas, o governo e os consumidores e etc, envolvidos num trabalho buscando a melhoria da confiança dos consumidores na “comida”. Todos os envolvidos voluntariamente discutem uns com os outros e compartilham informações de como fazer ferramentas para o sistema de educação etc. O objetivo do projeto é aumentar a confiança dos consumidores na indústria de alimentos.


Fonte: slides da conferência

Fonte: slides da conferência

De acordo com Mika, a direção futura do fortalecimento da cultura de segurança de alimentos é manter e melhorar o nível de cultura de segurança de alimentos na premissa da cultura e infraestrutura japonesa e também comunicar a maneira japonesa de garantir alta qualidade de alimentos a nível mundial e garantir a confiança dos consumidores.
Apoio de redação: Thaís Ferreira
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“Rap up” e conclusões GFSI 2014 – Workshop – Compartilhando experiências


Queridos leitores, como eu já contei em um post anterior, no dia 15 de abril, a Food Design realizou um workshop em conjunto com a DNV e a IFS, para compartilhar as experiências do que foi visto na Conferência Global de Segurança de Alimentos do GFSI 2014.
Vou contar para vocês um pouco do que eu falei na minha palestra do workshop. Como foi a última do programa, fiz um “rap up” e mostrei minhas conclusões sobre a Conferência.
Na Conferência deste ano ficou claro que o GFSI está se consolidando como a maior referência em segurança de alimentos para o mundo empresarial.
Cada vez mais:
       –  Ao invés de segurança de alimentos, se fala em proteção de alimentos  (segurança + fraude + food defense);
        – O tema “fraude de alimentos“ é debatido, tanto que haverá a inclusão deste em 2015;
        – Normas específicas para cada elo da cadeia  de alimentos;
        – Mais destaque para a responsabilidade compartilhada na cadeia produtiva;
        – Grupos de stakeholders ao redor do mundo apoiam o Global Markets GFSI, como por exemplo na África do Sul, Indonésia e Argentina;
        – Grupos desenvolvendo trabalhos regionais, como por exemplo no México e na China;
        – Entende-se Food safety = Behavior (Segurança de Alimentos = Comportamento);
        – Integração do setor público com a iniciativa privada, por exemplo: FDA/FSMA, Codex  Alimentarius;
        – Foco na qualificação do fornecedor, principalmente os de cadeia primária.
Destaques:
      – Algo importante que vem acontecendo é o crescimento de outras normas harmonizadas, como IFS e BRC, e não só FSSC 22000;
        – O consumidor quer mais informações sobre segurança de alimentos e garantir o seu direito à informação;
        – Existe uma grande preocupação com a capacitação e integridade dos auditores;
        – Sustentabilidade e seu impacto na segurança de alimentos, como o consumo de água;
        – Consolidação de HACCP como uma das ferramentas de análise de risco, e não como um “localizador de PCC”;
        – Necessidade de maior conhecimento e aprofundamento nas validações.
A próxima conferência será em Kuala Lumpur.
Confira o Programa Food Design e você no  GFSI 2015.
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Apoio de redação: Stela Quarentei, Cláudio Iorio e Thaís Ferreira
Apoio de publicação: Thaís Ferreira
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Food Design e Você no GFSI 2015

A Food Design irá levar para a Conferência Global de Segurança de Alimentos do GFSI em 2015 o participante de eventos que acumular mais pontos em nossos eventos abertos. Serão pagas as passagens de ida e volta e a inscrição do(a) participante ganhador(a).

Os objetivos deste programa são:
a)              contribuir com a formação profissional do participante ganhador;
b)              compartilhar através do site da Food Design as informações capturadas pelo participante ganhador durante o evento.
Em 2015, a conferência do GFSI será realizada em Kuala Lumpur, na Malásia, nos dias 04, 05 e 06 de março.
Para concorrer, para cada real gasto por você em 2014 com eventos abertos da Food Design, você ganha um ponto. O ganhador do Food Design e Você no GFSI 2015 será aquele com a maior pontuação conquistada, dentre os participantes que tenham acumulado no mínimo seis mil pontos, de janeiro a dezembro de 2014.
Para participar do Programa Food Design e Você no GFSI 2015 há necessidade de conquistar no mínimo seis mil pontos. O participante ganhador será a pessoa que tiver o maior número de pontos dentre o grupo de pessoas que tenham conquistado no mínimo seis mil pontos. Válido exclusivamente para 1 pessoa, com passagem de ida e de volta, bem como inscrição do evento pagos pela Food Design.
Como o objetivo desta promoção é uma contribuição com a formação do participante ganhador, bem como compartilhamento das informações capturadas pelo mesmo durante o evento, é obrigatória a presença do participante ganhador nos três dias do evento. Será necessário que o participante ganhador faça um resumo de cada palestra assistida (mínimo de nove), que deverão ser entregues à Food Design dez dias úteis após o fim do evento de 2015. Os resumos serão publicados no site da Food Design, juntamente com uma foto do participante ganhador feita durante o evento. Em caso de não entrega dos resumos, este fato ficará registrado no site da Food Design.
Veja o regulamento completo deste programa no site.

Fresco, saudável e seguro?

Trevor Suslow, Especialista e Pesquisador da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, destacou que existem deficiências e lacunas na produção primária de vegetais que permanecem até hoje como: a compreensão da dispersão do patógeno e da sua chegada nas culturas, sendo assim insuficientes para fornecer à indústria e à saúde pública alguma experiência útil e dados importantes.


Trevor Suslow, Universidade da Califórnia, Estados Unidos

Lições aprendidas com surtos e pesquisas levaram a mudanças importantes na consciência e na redução de riscos, ou ainda nos controles preventivos. Em outros casos, as lições aprendidas parecem mais um paradoxo entre a prática e o observado.
Documentos de orientação para as culturas específicas surgiram a partir de surtos, tais como o que ocorreu com cebola verde em 2003 na Pensilvânia, levando a 4 mortes e 650 pessoas infectadas por Hepatite A. Se formos avaliar o problema, a cebola verde passa em média por 12 mãos humanas diferentes entre a colheita e a embalagem. Além disto temos as condições das ferramentas e dos utensílios, muitas vezes colocados diretamente no solo, aumentando ainda mais as possibilidades de contaminação durante a manipulação.
Outro surto foi o que envolveu alface picada em 2006, contaminada por E.coli O157-lettuce, onde os problemas podem estar enraizados em situações como: águas residuais da fazenda de lácteos aplicadas às culturas de áreas adjacentes, variante de E. coli encontrado na fazenda vizinha e em vários locais da fazenda. Será que os transportes de água estavam interligados? Outras contribuições poderiam ser a própria movimentação de pássaros e a presença de lagoas de tratamento de resíduos.
Aprendizados obtidos com os surtos mais recentes no que se refere à qualidade da água:
Dragagem e Algas: sedimentos e macroalgas abrigam patógenos entéricos, dragagem durante a temporada é arriscado, bem como durante a irrigação. Adição de peixes no reservatório adiciona risco desnecessário.
Análises: presença de indicadores não refletem fielmente contaminação fecal recente ou esporádica, a presença de patógenos na água não reflete com precisão o risco de contaminação das culturas persistentes (cinética die-off), além de haver insuficiência de elementos quantitativos sobre os níveis de patógenos em mananciais.
Controles: correções de crescimento de algas através de tratamento e aeração, isolamento dos reservatórios, bem como testes e inspeções passam a ser práticas comuns, e outros mecanismos para garantir a qualidade da água utilizada como filtração com ozônio ou UV.
Trevor ressaltou que há crescentes expectativas do FDA e de grupos de consumidores para demonstrar e documentar a eficácia das medidas preventivas e ações corretivas. É razoável supor que a maior pressão estará do lado da oferta, de ambos os compradores e os reguladores.
Além do avanço já atingido no setor da indústria, precisamos avançar, e muito, na cadeia primária. A maioria dos produtores estão mal preparados e não têm um suporte técnico adequado e acesso a formação específica a fim de sensibilizar o desenvolvimento destes sistemas de forma mais segura.

 

Workshop- Compartilhando experiências

Queridos leitores, como este início de semana foi muito cheio, envolvendo viagem e intenso trabalho de campo, (hoje o dia foi de tanto trabalho, que nem consegui almoçar ainda), não vai ser possível fazer um post com conteúdo técnico, que vai ficar para amanhã.

Mas aproveito para convidá-los para um workshop que realizaremos em conjunto com a DNV e a IFS em 15 de abril, das 8h30 às 12h00, no Maksoud Plaza Hotel, quando nós, junto com o Eduardo, da Júnior Alimentos, estaremos apresentando e discutindo com os presentes o que lá vimos e concluímos.

A inscrição é gratuita – para ver o programa e como se inscrever clique aqui 
Ainda tenho mais duas semanas de posts, antes de encerrar o que se passou lá na Conferência de 2014. Fique ligado!
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O papel da indústria nas Doenças Transmitidas por Alimentos – parte 2


Durante sua palestra no segundo dia da conferência, Ian Williams, mostrou também o FDOSS – Sistema de Vigilância de Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos. Esse sistema foi desenvolvido em 1973 e captura dados sobre os agentes, alimentos e responsáveis ​​pelos surtos de doenças investigados.  
Os surtos são a principal forma de aprender como os alimentos estão causando doenças e como prevení-las. Hoje em dia, os Estados Unidos reportam centenas de surtos a cada ano através do Sistema de Relatórios Nacional (NORs). Os dados são utilizados para determinar combinações de agente patogênico alimentar para focar na prevenção.

E quais são os passos para divulgação de dados sobre surtos investigados? A partir do momento que existe um possível surto, o departamento de saúde investiga o surto e os dados são inseridos no formulário do CDC. Assim, o CDC os verifica e os dados ficam prontos para análise e divulgação.

Fonte: slides da Conferência

O cenário dos surtos de origem alimentar está em mudança. O que costumava ser um cenário restrito, com surtos causados por erros de manipulação de alimentos produzido em um determinado local, envolvendo grandes números de pessoas circunscritos neste local onde este produto foi produzido, e com investigação e solução local, se transformou em um cenário disperso, com surtos causados por eventos de contaminação  de escala industrial, com alimentos amplamente distribuídos, envolvendo muitas comunidades, podendo haver poucas pessoas dispersas em muitos locais diferentes, com detecção feita por vigilância laboratorial e  resposta que exige coordenação entre os municípios, estados e órgãos federais envolvidos.

Fonte: slides da Conferência
O gráfico acima mostra o aumento do número do número de surtos de doenças de origem alimentar em vários estados americanos de 1993 a 2012. 

Já o gráfico abaixo apresenta a porcentagem de surtos envolvidos em diferentes categorias de produtos primários entre 2008 e 2012. Podemos observar que peixes, aves e carne bovina representam a maioria, porém é importante observar que vegetais folhosos já representam 10% dos surtos.

Fonte: slides da Conferência

Ian concluiu que a indústria é cada vez mais reconhecida como uma fonte de surtos de origem alimentar, causando mais e maiores surtos. Os principais desafios das indústrias com as doenças causadas por alimentos são:
– Atenção aos produtos consumidos crus – se não estiver prevista a higienização na indústria para remover alguns patógenos, este passo deverá ser alertado e feito  corretamente pelo consumidor, o que é válido somente se os patógenos não tenham se instalado nos tecidos internos da planta, o que impossibilita a eliminação através de higienização;
– Compreender melhor as relações patógeno-indústria, entendendo as possibilidades de contaminação do campo à mesa, envolvendo uma atenção aos três elementos-chave: Contaminação, Controles e Prevenção.

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O papel da indústria nas Doenças Transmitidas por Alimentos – parte 1

No segundo dia da conferência, na parte da tarde, Ian Williams, Ph.D., Diretor do Departamento de Prevenção e Resposta de Surtos do CDC, Estados Unidos, palestrou sobre o papel da indústria nas DTAs – Doenças Transmitidas por Alimentos.
Ian mostrou que a cadeia de produção de alimentos exige uma complexa atividade humana, e que a contaminação dos alimentos pode acontecer em qualquer elo desta cadeia, mas que existem pontos específicos para fazer o sistema mais seguro.
Com o passar do tempo houve uma grande mudança na produção de alimentos. No passado o cenário era de produção local, com uma pequena distância da fazenda para mesa e a distribuição localizada nas redondezas. Hoje em dia, o cenário é de dispersão, temos menos produtores, porém bem maiores, com uma ampla distribuição, maior número de alimentos importados e prontos para o consumo, e novas técnicas para a produção, processamento e preparação. Apesar das facilidades, hoje existem mais riscos.

As toxinfecções com origem em alimentos contaminados são comuns e custam caro, mas podem ser evitadas. Nos Estados Unidos, a cada ano 48 milhões de pessoas ficam doentes (1 em cada 6 americanos), 128 mil são hospitalizadas, 3.000 morrem e acontecem 1000 surtos de origem alimentar. Apenas com a Salmonella foram gastos $ 2,8 bilhões em custos relacionados com a saúde, enquanto a prevenção de um único caso fatal de infecção por E. coli O157 permitiria poupar cerca de 7.000 mil dólares.

Fonte: slides da Conferência

Assim fica a pergunta: o que faz um agente patogénico causar uma doença de origem alimentar? Ian explica que, para tal, o agente deve: causar doença em seres humanos, estar presente no alimento e provocar a doença após o consumo de alimentos contaminados. 
Conhecer e investigar os surtos de DTAs é indispensável para o reconhecimento do papel das diversas partes envolvidas, bem como no auxílio de tomadas de mediadas que ajudem na prevenção destas doenças. A figura abaixo mostra que o sucesso da investigação de surtos de doenças transmitidas por alimentos depende da colaboração de todas as partes envolvidas.

Fonte: slides da Conferência

Durante a palestra, ele nos apresentou o PulseNet, uma rede nacional para a sub-tipificação molecular de microrganismos usada como apoio na vigilância sanitária de alimentos. Esta rede é constituída por mais de 80 laboratórios de pelo menos um em cada estado dos Estados Unidos. O sistema PulseNet de conecta as informações dos casos doenças transmitidas por alimentos em conjunto para detectar e definir os focos, usando o DNA “fingerprinting” das bactérias de cada caso isolado. O PulseNet compartilha esse DNA “fingerprinting” eletronicamente e é mantido na base de dados nacional do CDC.
O PulseNet analisa os dados e procura padrões similares dos últimos 2 a 4 meses. Quando um grupo de informações é identificado, o PulseNet notifica os epidemiologistas. A partir daí várias ações são iniciadas.
Não perca amanhã a continuação do meu relato sobre esta palestra!

Apoio de redação:Thaís Ferreira e Stela Quarentei

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